quinta-feira, 17 de março de 2022

Tem como definir música boa ou ruim? Como?

      

      Com certeza é um debate antigo: o campo da música é uma questão de gosto pessoal (subjetivo) ou existem critérios para, objetivamente, definirmos que uma música é boa ou ruim? Por que posso dizer que a música da cantora Mariah Carey é melhor que a da Taty quebra-barraco? Por que Michael Jackson foi melhor que Bruno e Marroni? Será que é o grau de sucesso que se determina qual a melhor música? Então a melhor música seria a de maior preferência popular? 


     É fato que a música possui influências sobre todos nós, seres humanos, sobre animais, plantas e até sobre as coisas inanimadas (!!!). As vibrações sonoras causam efeitos físicos em tudo! Lembro-me de ter assistido uma reportagem onde uma vinícula, no Chile (se não me engano), armazenava as suas garrafas de vinho ao som de canto gregoriano! Também já li que experiências foram feitas com plantas, onde, por exemplo, uma roseira floresceu mais rápido (e bela) ao som de música clássica enquanto que uma outra roseira murchou ao som de Rock. 

     Um estudo rápido sobre os efeitos da música pode ser lido brevemente aqui, onde o autor irá citar o cuidado que Platão (filósofo grego), entre outros, tinham com a música, porque acreditavam em seu poder de influenciar os jovens ao bom ou ao ruim. Nesta mesma matéria irá citar os benefícios (físicos) que a harpa, o violino, entre outros instrumentos, causam ao ser humano (tendo poder curativo ou anestésico, por exemplo). 

    Qualquer demente percebe (e até eu consegui perceber) que uma música agitada nos deixa agitados, que uma música lenta nos acalma, que a música pode nos deixar tristes ou alegres, enfim, que ela pode tocar nossos sentimentos. Mas poderia ela ter tanta ação de influência a causar revoluções na sociedade? Platão acredita que sim (e eu também). 

     Esse assunto da música veio novamente à pauta por conta do novo documentário do canal de youtube "Brasil Paralelo", sobre "o fim da beleza". Antes eles já haviam produzido um outro documentário sobre o assunto da música, que também é muito interessante. Logicamente que a grande maioria da população vai achar banal esse assunto, que gosto não se discute, que as pessoas podem e dever ouvir aquilo que acham melhor, e por aí vai. Como se poderia dizer que a música de Chopin (ouça e me diga se não é uma das mais belas canções que você já ouviu?) é mais bela que a de Michael Jackson ou que o Clássico é melhor que o Funk? Se não há critérios objetivos, então todos estão certos! Eu acredito que existem critérios objetivos para se definir SIM se uma música é boa ou ruim, mas para isso precisamos definir exatamente o que é "Bom" e o que é "Mal". Então, quando se disser que o funk é uma música má, independente da letra (se é com palavrões, sexo explícito ou uma letra cristã), saber-se-á exatamente o Porquê de se acreditar nisso e não apenas estará se repetindo o que outros disseram. Outro canal que tenta responder por que o funk é tão ruim é o Lord Music Academy (um que recomendo). Porém, não é uma questão de bater no funk apenas: há quem defenda que todos os estilos contemporâneos são ruins e que o apogeu da música teria sido a fase do Barroco, lá pelos idos do século XVII mais ou menos. Vamos entender o Porquê (mesmo que você possa não concordar). 

      O que é um BEM e o que é um MAL? O MAL é a ausência de um BEM, ou seja, de certa forma, o MAL não existe. Algo como o silêncio (ausência de sons) ou as trevas (ausência de luz). Se você faz um buraco numa folha de papel, não existe um "buraco" mas sim a ausência de papel na parte do buraco. Assim, o MAL pode ser definido como a ausência de BEM, mas não é somente isso. Se você nascesse sem os olhos, sofreria o MAL da cegueira (ausência da visão), mas se seus olhos tivessem nascidos para dentro do seu corpo, também seria um mal, pois não lhe trariam benefícios. Eles não estariam ausentes, mas estariam fora de ordem. Essa é a definição para o que é MAL: ausência de um BEM ou ausência de ORDEM. E todas as coisas possuem uma ordenação natural. Se o dinheiro é um BEM, por que roubar é um MAL? Porque eu coloco um bem menor (o dinheiro) acima de um bem maior (a justiça). Assim se explicam as coisas no campo MORAL. Imagine alguém com um carro tentando passear num rio, ou alguém com roupa de astronauta tentando tomar banho na praia. Sim, são situações absurdas que estou trazendo para percebermos que tudo o que existe está ordenado para algum propósito e melhor alcança esse propósito quando ordenado de maneira correta (logicamente que são Tomás de Aquino, entre outros, explicaria muito melhor que eu, como ele faz no início da Suma contra os gentios, por exemplo, mas essa explicação é básica para voltarmos ao assunto da música). 



     A música também possui uma ordenação musical, e é exatamente daí que se poderá julgar se ela é uma obra musical BOA ou RUIM. A ordem musical precisa ser respeitada: Harmonia, melodia e ritmo. Não é qualquer som que vira música (seria apenas um barulho). E mais! Quanto mais uma obra estiver ordenada, mais ela elevará o seu espírito (Harmonia comandando a música). Quanto mais ela estiver fora de ordem, mais ela excitará seus sentidos, seu corpo físico (Ritmo comandando a música). Uma música harmoniosa eleva a alma, uma música rítmica excita os sentidos (daí um Clássico de Mozart ter mais qualidade do que qualquer dos estilos modernos de música, todos colocando o ritmo em primazia). Por que tanta sensualidade explícita no Funk? Por que tanta rebeldia no Rock? Essas respostas existem e não estão sob critérios preconceituosos. Certa vez li num site espírita a resposta a uma pergunta interessante: "Que tipo de música ouviremos no Céu?" A resposta me surpreendeu (por ser num site espírita) por dizer que no Céu, muito provavelmente (se chegarmos lá), não ouviremos Funk, Rock, Samba, Sertanejo, etc, mas sim canções que estariam dentro de uma ordenação musical perfeita (afinal de contas o Céu é perfeição). Aliás, o Canto Gregoriano é o canto oficial da Igreja Católica para as suas Missas justamente porque é canto mais ordenado que existe. Assim sendo, para fins de se cultuar a Deus, não há música mais perfeita. 

     Digamos que você concorde com meus argumentos e até queira conhecer mais sobre músicas polifônicas, barrocas, etc. Você poderia pensar: "Bom, saber que o pagode que eu amo não é uma música das mais ordenadas não muda nada". Sim, mas lembre-se que a música possui seus efeitos físicos, sentimentais e comportamentais em nós. No caso de quem vive para diversões ou para quem não crê em Deus, qual a diferença? A rebeldia está justamente em querer fazer o que achar melhor e dane-se a opinião dos outros. Antes de ser chamado por Cristo a servi-lo já ouvi até Rock satânico como Grand Belials Key (ou algo assim) e Mercyful Fate (acho que é isso). E daí que as letras eram satânicas (de louvores mesmo a demônios; traduzi algumas) se eu era ateu? Uma vez que somos chamados por Deus a uma vida nova, devemos ordenar nossa vida inteira aos pés do Senhor Jesus. Isso quer dizer que jamais vou ouvir novamente Mariah Carey ou algum outro artista secular ou que não tenha uma composição musical perfeita? Isso quer dizer que quando eu der uma festa, colocarei Vivaldi para meus convidados? Ou então o Canon in Ré de Pachelbel (que é maravilhoso, diga-se de passagem! Confere aí no link que vale a pena conhecer)? Eu o aconselharia a deixar-se conhecer outras formas musicais, saindo da mesmice do momento: rock, funk, sertanejo universitário e música pop americana, coreana, etc. Muitos dirão que é música de Elite, de gente rica, mas há muitos ricos que sequer percebem a grandeza de uma Boa música! 

     Para terminar, uma história interessante: o compositor e pianista Franz Liszt faria um concerto (isso no século XIX) onde tocaria canções de Beethoven (já consagrado como um gênio) e depois tocaria canções de um compositor obscuro chamado Pixis. A primeira música (de Beethoven) foi calorosamente aplaudida, de pé, por todos os presentes. A de Pixis foi ignorada pelo público, totalmente indiferente a ela (alguns até deixaram o teatro antes de ouvi-la). Houve, porém, um erro no cartaz do evento e o que o público aplaudiu calorosamente na verdade foi Pixis (!!!) e o ignorado foi Beethoven. Isso mostra como mesmo entre os que são da elite, que são ricos, há uma imensa leva de ignorantes musicais, que não percebem o valor de uma canção, mas são levados pelos mesmos critérios subjetivos de alguém que não teve oportunidade nenhuma na vida e que vive com seus funks, pagodes ou raps. Muitos apenas fingem gostar de Música Clássica apenas para terem uma imagem de superior aos outros (quando por dentro gostam mesmo é de um batidão kkk). 

     Dê a você mesmo a oportunidade de conhecer uma BOA música de vez em quando. Ela só lhe fará bem. Não precisa necessariamente mudar o que você gosta hoje de ouvir (pelo menos eu penso que não). Se isso for acontecer, que seja naturalmente. Mas não seja escravo de um estilo; conheça outros. A música, com toda certeza, é muito mais que Funk, Samba, Frevo, Rap, Sertanejo...há músicas que passam...a BOA música é eterna! Deixo mais um link de uma canção, essa de Tchaikovsky, que foi o primeiro compositor clássico que ouvi e que me chamou atenção. E lembre-se! Solos de violino podem curar sua dor de cabeça e até enxaqueca! O som da Harpa pode curar sua ansiedade, acalmar os nervos e muito mais! 



Wilson Junior


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Vamos falar de Racismo? Então tá...

      Racismo no Brasil

      Algo me chamou muito a atenção quando estudei Sociologia: uma pesquisa sobre relações raciais no Brasil patrocinada pela UNESCO nos anos 50 ou 60 (não me recordo bem e, como estou em processo de mudança de endereço, será praticamente impossível encontrar esse livro no momento). A UNESCO (segundo meu livro querido de Sociologia) pensava que o Brasil era o paraíso das relações humanas e queria essa pesquisa para entender como o brasileiro conseguia ser tão sem preconceitos. Porém, o que a pesquisa descobriu foi que o brasileiro era sim preconceituoso e, de lá pra cá, não é que a coisa só tem piorado? Mas se a UNESCO, nessa pesquisa, já nos anos 50 ou 60, constatou isso e, de lá pra cá tem se tomado medidas para combater o racismo, por que este não diminuiu, mas, pelo contrário, às vezes parece que está aumentando?

     Então minhas teses conspiratórias floriram...e se a UNESCO (junto a outros órgãos), ao invés de combater, tiver (ao contrário) fomentado esse racismo? Isso explicaria porque ele aumenta, mesmo com todo "combate". Mas de onde eu tirei essa tese maluca? Não é tão maluca a tese, desde que peguemos declarações como a do chefe do setor de Sociologia da Bielorússia, discursando na sede da UNESCO, em 1989, onde ele disse: "Um dos paradoxos da sociedade moderna é o de que ela não tem necessidade de um grande número de pessoas instruídas. A seleção se opera por meio do que se chama 'Elite social', que realiza o trabalho intelectual necessário. Aos demais compete ou a execução das decisões ou o exercício de cargos subalternos" (Dr. Povalyaev, 1989, "Maquiavel Pedagogo", Pascal Bernardin). Você que leu, entendeu o que esse senhor teve a cara de pau de declarar abertamente? Ele simplesmente está dizendo que cabe a você OBEDECER ao que a 'Elite social' já decidiu. Tudo bem, Wilson, mas daí a afirmar que a ONU, UNESCO e outros órgãos estão a fomentar o racismo no mundo ao invés de combatê-lo, não seria paranóico? Por que fariam isso? Talvez o tal Dr. Povalyaev tenha se expressado muito mal apenas! 

     Vamos a um documento (e não um discurso) da UNESCO, de 1964 (Olha! Mais ou menos da mesma época da tal pesquisa que eles patrocinaram aqui no Brasil! Coincidências acontecem, não é mesmo?) chamado "A modificação das atitudes" (!!!). Nesse documento se diz que "os objetivos visados só serão atingidos quando a nova série de valores aparecer ao indivíduo como algo que ele tenha escolhido livremente". Junte a isso que Pascal Bernardin, no livro "Maquiavel pedagogo", denuncia que esses órgãos se utilizam de "técnicas de manipulação psicológica e lavagem cerebral" para que cheguemos a esses novos valores. Vale a pena ler o livro inteiro para se ter uma ideia de quão preocupada conosco está a ONU, UNESCO e afins. 

     Voltemos ao Brasil e ao racismo para concluir esse texto. Era mais do que lógico que, após o período de escravidão, os negros do Brasil precisassem de um tempo para se adaptarem à liberdade, terem problemas com baixa estima (se acharem menos capazes que o branco) e ainda a natural desconfiança de uma boa parte da sociedade. Apesar de levar um tempo, essas barreiras seriam vencidas naturalmente pelos méritos dos negros de valor, e com a sociedade estimulando a nós todos como uma única raça: a humana. Porém, o que aconteceu foi um incentivo ao ódio entre raças, como se a cor da pele fosse um valor em si mesma! "Tenho orgulho de ser negro" é uma frase que não diz nada. Deveríamos ter orgulho de sermos honestos, determinados, trabalhadores, solidários...nada disso vem pela cor da pele, mas pelo caráter. Vários negros de destacaram na sociedade brasileira desde que a liberdade raiou. Machado de Assis talvez seja o maior exemplo disso (mas longe de ser o único). Porém, nas últimas décadas, o que tem acontecido não pode ser explicado logicamente a não ser que se acredite justamente na minha "tese conspiratória": a de que é muito mais interessante à "Elite social" global que fiquemos combatendo uns aos outros, seja por quais motivos forem, do que aprendermos juntos o que seria o melhor para todos. O que os documentos analisados por Pascal Bernardin dizem é que já decidiram por nós e que usam (desde há muito tempo) técnicas de manipulação psicológica para que aceitemos o que já decidiram por nós. Para isso negligenciam o ensino cognoscível e privilegiam o social para nós...mas não entre eles, afinal, a eles cabem o "trabalho intelectual necessário"; a nós cabe "a execução das decisões ou o exercício de cargos subalternos". 

     Ok, Wilson...e no caso absurdo de você ter uma certa razão. O que fazer? Não tenho as respostas prontas. No meu caso, tenho orado e me informado. Existem coisas que, humanamente falando, penso que não tenham mais solução. Somente uma intervenção divina pode freiar o ímpeto da Elite global que nos manipula, e esta acontecerá...mas ainda sofreremos um bocado antes...

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Gratidão

Texto publicado originalmente no blog "Juntos em oração", em 2015                            

     Faz já algum tempo que gostaria de agradecer aqueles que foram importantes para a minha conversão. E uma boa ocasião para isso chegou: ontem, dia 3 de agosto de 2015, completaram-se 20 anos em que abracei a fé católica com convicção. Era a festa de são Joaquim e Sant'Ana, na Capela de mesmo nome, na Grota, Complexo do Alemão, Rio de Janeiro. O grupo ISMAEL (da Renovação Carismática Católica) estava em festa (se não me engano de 5 anos) e durante toda a semana ele aconteceria (normalmente era só aos sábados).


     Algumas outras vezes eu já tinha visitado o grupo, mais por insistência da minha cunhada que por vontade, mas no dia 3 de agosto de 1995 foi diferente. O pregador falava de são Pedro, e de como ele era um homem difícil, mas que Deus o queria. Ao final da pregação eu me ajoelhei e fui o mais sincero possível com o Senhor: "não acredito que o Senhor exista, mas, se sim, olhe para mim, me prove". Eu tinha o interesse de crer, mas não conseguia.
     A restauração na minha casa foi espantosa. Eu, que nem sequer falava com meu irmão Denilton, nem com meu pai e nem com minha mãe, fui vendo a ação de Deus restabelecendo pouco a pouco o amor pela minha família. É espantoso olhar para trás e reconhecer isso. Amo demais minha mãe, meus irmãos e meu pai (já falecido), mas naquela época talvez só em relação a meu irmão mais velho (Wilton) eu poderia dizer isso. A vida familiar me era um inferno. A frieza com minha mãe era o que mais me incomodava. Eu sabia que isso não estava certo: "como posso estar participando na Igreja e não amar minha mãe?". O Senhor mudou isso. Eu não sabia ao certo o porquê, mas meu pai me irritava. Talvez porque ele não sabia expressar seu amor pelos filhos (minha mãe reconhece essa dificuldade nela até hoje por conta de sua criação), e só quando estava bêbado dizia que amava. Não sei, mas o que eu sei é que Deus restaurou meu amor pelo meu pai (e restaurou meu próprio pai, que depois parou de beber e até frequentava o grupo SHALOM, em Brás de Pina, na Santa Cecília). E em relação a meu irmão do meio, Denilton, eu mesmo dizia para Deus que não tinha como voltar a ter algum relacionamento com ele. O Senhor restaurou isso também, É como se eu estivesse mentindo escrevendo estas linhas, de tão estranho que isso me soa hoje, pois amo demais meu irmão, minha mãe e pai. Louvado seja Deus por ter aceito meu desafio. 
     Isso não aconteceu de um dia para o outro. E a caminhada na Capela São Joaquim e Sant'Ana foi fundamental. Deus quis também me mostrar seu amor através do acolhimento da comunidade. Acho que foi a primeira vez em minha vida que me senti amado. O pregador daquela noite do dia 3 de agosto de 1995 foi o Wilton, e lhe sou eternamente grato, não só por aquela pregação (e outras mais depois), mas pelo seu caráter,seu testemunho de vida, sua amizade. Sua esposa Léa, minha cunhada, lhe sou grato demais por sua insistência comigo, por não desistir de mim. Léa era a coordenadora da Catequese, e sou grato a Deus também por ter feito parte daquele grupo de catequistas, junto ao Anderson, Valdete, Simone, Claudete, Sonia Carla, Carmem Patrícia, Célia, entre outros. Lógico que éramos inexperientes, não tínhamos um conhecimento sólido da doutrina católica, tínhamos aqueles exageros e más influências protestantes típicos da RCC, etc, etc, blá, blá, blá, mas aquele grupo se amava. Quando partilhávamos e chorávamos juntos, quando nos abríamos um ao outro e aumentava o respeito, carinho e amizade por cada um. Éramos uma família. Agradeço a todos! O grupo de pregadores eu via (na época) como se fossem os apóstolos! Não é exagero de minha parte, EU OS VIA dessa forma. Só depois fui entendendo que eram pecadores como eu: Wallace, Erivaldo, Cristina, Beto, Pedro (o Lobão), Paulinho, Sandrinha (além do Wilton e José)...

     Lembro de certa vez que estava um grupo de amigos conversando sobre a Palavra de Deus e falava-se de Atos dos Apóstolos, de Cornélio. Brinquei dizendo (por causa do nome) que "este tinha vocação para ser corno" e ri...sozinho. Todos ficaram sérios, e o Ivanildo me repreendeu, dizendo: "que isso, cara? Você está falando da Palavra de Deus!". Bendita repreensão. Louvado seja Deus pelo Ivanildo! Quantas vezes fiquei interrogando o José sobre coisas da Bíblia e da Igreja, e este com santa paciência me acolheu (o Wilton também).
     Ainda bem no início de minha caminhada participei de uma formação no grupo de oração RAINHA DO CÉU, da Nossa Senhora da Conceição, de Parada de Lucas. Quem aplicava a formação era o grupo de pregadores do grupo ISMAEL. Também sou grato pelo Rodolfo, Otacílio, Katia, Edmílson, etc, o pessoal de Lucas. A seriedade de todos na busca pelo Senhor me inspirava. Lamento profundamente por aqueles que, ao longo do tempo, se afastaram, seja por qual motivo (tanto no Ismael como no Rainha do Céu). Deus leve em conta todo o bem que me fizeram, seja com pregações, com amizades, com paciência, com acolhimento.
     No completar desta data, 20 anos depois, me emociono em relembrar de cada amigo, de cada momento. Sei que é injusto citar alguns nomes e esquecer outros, mas espero que entendam que todos tiveram sua importância, inclusive as crianças! Crianças que hoje estão adultas!

     Um ano depois estava fazendo a Crisma, já na Nossa Senhora da Glória, em Cordovil (1996). Em 1997 fiz minha primeira pregação no grupo ISMAEL. Só em 2005 (dez anos depois!) vim a descobrir o tesouro que é a santa Missa. Não que eu não fosse à Missa. Ia todo domingo, mas não sabia exatamente o que era nem lhe dava o devido valor. Esse é tema para um outro texto. A Tradição da Igreja me fez ser ainda mais apaixonado por Cristo, pela Igreja e pela Missa. Lógico que aconteceram outros momentos maravilhosos nestes 20 anos de caminhada, mas gostaria de reconhecer onde tudo começou. 
     Certa vez eu estava cerca de um mês sem aparecer no grupo Ismael e, ao voltar lá, levei o Damião e o Luís (Fubá) para visitar. A acolhida foi tão incrível que depois o Luís comentou: "cara, eu sou muito querido em vários lugares onde me conhecem mas você na grota eu nunca vi algo assim!" (ou algo parecido, estou citando de cabeça). Aquilo não podia mesmo ser natural. Hoje vejo que era o Senhor ainda se mostrando a mim, dizendo naquela acolhida que era ELE quem me dava "o trigo, o vinho e o óleo, e quem prodigalizava a prata e o ouro" (cf. Os 1,10). Já não sou mais um menino e o Senhor, com o tempo, foi me dando o alimento sólido. Quem poderá saber onde ainda irá querer me levar? Vem, Senhor Jesus!
     Deus recompense a cada um destes queridos irmãos e irmãs, que dê novo ardor aos que estão enfraquecidos, que traga de volta os que estão afastados, que confirme os que estão ainda de pé! Louvado seja Deus por sua misericórdia, por ter aceitado o desafio deste verme que escreve, e que não merecia (e nem mereço) ter sequer a atenção de Deus, Além de todos os já citados, Deus abençoe dona Maria Gonçala, Cibéli, Valter (Tin), Joel, Elisângela,Juarez (meu padrinho de Crisma), Geneide, todos os da Oásis (em especial a dona Regina, o que dizer desta mãe que me acolheu?), seu Francisco, dona Carmelita, a Rosângela, Rosilaine, perdoem-me por não citar todos (não tem como). Refresquem minha memória nos comentários!
     Todos eles foram canais de Deus para que minha vida tivesse sentido. Nada se compara ao Senhor! Nem meu casamento, nem o nascimento de minha filha Maria Teresa, nem as amizades mais fortes e queridas. Em outros textos poderei agradecer também outros canais da Graça que foram importantíssimos para mim. Por hoje fico por aqui.
   
     Pax Domini
   
     Wilson Junior



 

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

QUE LIVRO SENSACIONAL!

   Esse texto já foi escrito há tempos (foi postado no antigo blog em agosto de 2015), mas eu precisava resgatá-lo para meu novo blog.

                           OS JESUÍTAS


     Esse é sensacional! Há anos procuro este livro e não acho. No mercado livre tem, mas o preço é terrível; encontrei um site que tirava cópias do livro e cobrava apenas o frete e as xerox, mas quando entrei em contato o responsável disse que o livro não estava mais disponível. Até que, um belo dia, navegando na net (até tinha pensado em buscar na deep web, mas resisti à tentação), encontrei-o disponível para leitura em http://pt.scribd.com/doc/245951302/Livro-Os-Jesuitas-e-a-Traicao-a-Igreja-Catolica-Malachi-Martin#scribd. Grátis!
     O autor traça toda a história dos jesuítas desde a fundação, com santo Inácio de Loyola, o ideal inaciano, todas as maravilhosas contribuições que os jesuítas deram à Igreja e à humanidade, suas façanhas, perseguições, até que...uma heresia chamada Modernismo começou a brotar no seio jesuíta. Essa heresia (condenada por são Pio X no início do século XX) foi se infiltrando e criando forças através, principalmente, do padre George Tyrrel, logo após ele o padre Teilhard de Chardin, até chegar, enfim, à Teologia da Libertação (cujo um dos grandes nomes é um outro jesuíta, Gustavo Gutierrez). A acusação principal do autor é ao superior (padre-geral) Pedro Arrupe, que teria sido omisso em relação aos jesuítas que pregavam doutrinas contrárias à doutrina da Igreja, até mesmo apoiando-os, teria liderado os jesuítas nesse afastamento do ideal inaciano e da santa doutrina Católica. Arrupe desobedecia (pelo que nos conta o autor) cinicamente ao Papa Paulo VI, não o apoiou nunca (em especial em relação à Encíclica Humanae Vitae) e com João Paulo II fez o mesmo, até ser afastado, deixando, no entanto, outros com os mesmos ideais desvirtuados.
     Há uma acusação não exatamente ao Concílio Vaticano II, mas ao que se chamou de "espírito do Concílio", que era sempre usado para justificar as idéias progressistas que surgiam, como abolir o celibato, ordenar mulheres, nivelar todas as religiões, aceitar o homossexualismo, ou seja, aquelas mesmas idéias de sempre. Nada disso é justificado no Concílio Vaticano II, mas é inegável que, a partir dele, tudo isso veio com mais força. Em todas as citações do Concílio e nas interpretações deste o autor é formidável, tem um visão sólida do Catolicismo e analisa sempre comparando as interpretações do Concílio (que ele reconhece que não foi claro, deu margem à interpretações erradas e foi responsável em parte pela confusão reinante na Igreja). Em relação ao Concílio Vaticano II sua posição parece ser a mesma de João Paulo II (e posteriormente Bento XVI) de que o Concílio foi mal interpretado. Os textos do Concílio nem sempre são claros, dando margem a mais de uma interpretação, onde os 'progressistas' se aproveitam para justificarem suas idéias novas, de acordo com o 'espírito do Concílio'.
     O autor dá um grande destaque a três Congregações Gerais dos jesuítas, onde todo esse caminho de abraçar a Teologia da Libertação foi preparado e acolhido com alegria: as de número 31, 32 e 33 (esta última já com o novo superior, padre Kolvenbach, que seguiu a mesma linha de Pedro Arrupe, segundo o autor). Ele (o autor) convida-nos a buscar as atas destas Congregações por nós mesmos e vermos o quanto os jesuítas se afastaram do seu ideal inaciano, daí o título do livro: 'Os Jesuítas - a Companhia de Jesus e a Traição à Igreja Católica'. Vi na internet que, em 2016, haverá outra Congregação Geral, se não me engano a de número 36.
     O livro não é um alerta ao reinado do Papa Francisco (que é jesuíta), até porque foi escrito em 1987, mas não deixa de nos fazer entender o aparente progressismo de nosso Papa atual. E não deixa de nos preocupar também em relação aos seus atos futuros, em especial ao sínodo 'contra' as famílias que se aproxima, em outubro. Deus nos ajude!
     Em relação ao autor, sei que ele pediu dispensa de seus serviços no Vaticano, mudou-se para os EUA e passou a celebrar Missa somente em particular (e no rito antigo da Igreja). Desligou-se dos jesuítas também e passou a escrever livros, como esse citado neste texto. Um sobre exorcismo que também tem em português ('Reféns do Diabo', no mercado livro tem e o preço é um absurdo) e vários romances. Os seus dois best-sellers mais comentados não foram lançados no Brasil: The Keys of this blood e Windswept House. Sei que o autor declarou ter lido o terceiro segredo de Fátima mas que, por obediência, não poderia revelar. Porém, nestes romances, ele é um visionário extraordinário, faz previsões acertadas demais (segundo os que leram), o que nos leva a pensar que ele sabia coisas que a maioria não tinha conhecimento (como um plano a ser seguido, por exemplo). Por não poder dizer claramente, ele usa de seus romances para alertar aos leitores.
     Voltando ao livro, foi o melhor que li este ano (junto a "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", de Olavo de Carvalho). Acusações sérias aos jesuítas vindas de um jesuíta que se manteve fiel à Igreja e ao Papa. Quer conhecer como surgiu a Companhia de Jesus? Quer saber quem foi santo Inácio de Loyola? Quer conhecer George Tyrrel, Teilhard de Chardin e a Teologia da Libertação? Quer saber porque o Papa João Paulo II combateu ferozmente essa teologia? Quer entender porque João Paulo II foi vaiado quando visitou a Nicarágua em 1983? Quer conhecer o Concílio Vaticano II de uma maneira mais crítica (e realista)? Esse é O livro. Merece ser lido e comentado.

Wilson Junior

Dom Eugênio de Araújo Sales e o grupo IDEAS

     Não tenho muitas lembranças de dom Eugenio Sales enquanto Cardeal do Rio de Janeiro. Seus artigos em jornais eram de uma complexidade que eu ainda não conseguia alcançar. E lembro-me dele no encerramento de um retiro de carnaval no Marcanazinho, quando celebrou a santa Missa. Ele não era lá muito simpático à Renovação Carismática mas era o Pastor daquele rebanho também. 

   Em minhas impressões, ele era um bispo fiel ao Papa João Paulo II e bem conservador (embora em minha época mais ativa na RCC não tivesse compreensão dessa diferença entre tradicionais, progressistas e carismáticos). "Conservador", para mim, significava não ser "renovado". 

   

   Interessante como agora, fazendo parte do grupo IDEAS (Instituto Dom Eugenio de Araújo Sales), pude conhecer um pouco mais desse que é o nosso modelo...e surpreender-me positivamente com ele. 

   Outra lembrança que tenho é de uma conversa que tive com d. Lourenço Fleshman, um padre tradicionalista. Dom Lourenço celebrava a Missa tridentina (aquela anterior à reforma litúrgica de 1969) muito antes de Bento XVI liberá-la a todos os padres (o Papa Paulo VI havia praticamente proibido). Dom Lourenço disse-me que procurou d. Eugenio para conversar e que foi recebido por ele (D. Eusébio, que sucedeu d. Eugenio, nem sequer recebeu d. Lourenço, quanto mais ouvi-lo). Segundo d. Lourenço, junto com seu pai, explicaram a d. Eugenio a situação desconfortável deles junto ao Concílio Vaticano II e à Reforma litúrgica, e lhe pediram respeitosamente permissão para continuar celebrando de maneira privada a Missa tridentina, apenas na sua capela são Miguel (que não é pertencente à Arquidiocese, embora fique no Cosme Velho), sem fazer propaganda, apenas por motivos de consciência. Dom Lourenço disse-me que lhe pediram de joelhos essa autorização, mas dom Eugenio não a teria dado. 

    Sobre a capela são Miguel, posso voltar a falar em outro texto (ou video). Continuando sobre dom Eugenio, tenho pesquisado mais sobre ele nos últimos meses e vi que ele foi um dos fundadores das CEB's e da Campanha da Fraternidade (ou melhor, foi pioneiro no serviço que eles realizaram, servindo de inspiração a eles), antes desses se tornarem um reduto para 'católicos' marxistas. A CF, por exemplo, nasceu em 1962, em Natal-RN, de maneira local, através dele (dom Eugenio) e outros dois padres. No ano seguinte várias outras localidades do Nordeste fizeram algo parecido e em 1964 a CNBB abraçou a ideia a nível nacional. 

   No dia 08/11 comemoraremos o centenário do nascimento de d. Eugenio Sales. Há muita coisa boa que precisamos resgatar de nosso antigo Pastor. Não penso nele como um santo mas certamente como um modelo de fidelidade à Igreja e ao santo Padre, um moderador equilibrado diante de mudanças tremendas que aconteceram na Igreja Católica em pouco tempo, tanto no Brasil como no mundo. 

   Estamos cientes de críticas feitas a ele. Abordarei isso aqui no blog também. Por enquanto fico por aqui, indicando um artigo dele sobre "A contestação dos valores morais", de 2010, incrivelmente atual para nós:  https://domeugeniosales.webnode.com.br/news/a%20contesta%c3%a7%c3%a3o%20dos%20valores%20morais/

Sobre o grupo IDEAS, nosso canal no youtube: https://www.youtube.com/channel/UCqlYTH6XKD1lJe33QwaTvtg



segunda-feira, 26 de outubro de 2020

EU JÁ ACREDITEI EM LULA E NO PT

 


EU JÁ ACREDITEI EM LULA E NO PT
Wilson Junior

          “Depois que inventaram o ‘está ruim’ nunca mais ficou ‘bom’”, diz um ditado popular. De fato, não me lembro de ter vivido alguma época em que as pessoas não reclamem da política. Sempre foi ruim. Tenho 41 anos, peguei o final da Ditadura Militar (já na verdade uma “Dita mole”) com o Presidente Figueiredo (lembro que passava no canal do Silvio Santos, na época TVS e não SBT “a semana do presidente”). Era uma criança mas tenho minhas lembranças da eleição para governador em 1982 no RJ, quando meu pai estava na dúvida se votava em Leonel Brizola ou em Miro Teixeira. A título de curiosidade, ele votou em Brizola e nunca mais mudou seu voto até morrer, era um brizolista mesmo. Logicamente eu não dava atenção demais a algo que eu não entendia muito bem. Tenho vagas lembranças da campanha pelas “Diretas Já”, da eleição (indireta) de Tancredo Neves e a comoção nacional que foi sua morte antes mesmo de tomar posse.

          Quando José Sarney assumiu a presidência (era o vice de Tancredo Neves) eu tenho algumas lembranças também da inflação inacreditável e de seus esforços com planos cruzados, cruzados novos, não sei mais o que, e durante um tempo chegamos até mesmo a achar que Sarney seria um bom presidente. As reclamações sempre existem e haverá sempre oposição e descontentes, mas, afinal de contas, assim é a Democracia, não é mesmo?

          Em 1989 haveriam eleições diretas para presidente pela primeira vez em décadas! Como as coisas sempre estavam ruins, todos queriam mudanças, melhorias, etc, tudo aquilo que todos sempre querem. O PT veio com um candidato que (eu me lembro) todos diziam que não tinha nenhuma chance: Luís Ignácio Lula da Silva, com um perfil bem comunista. Os favoritos eram Leonel Brizola (duas vezes governador do RJ) e o campeão das pesquisas Fernando Collor de Melo, o “caçador de marajás” (assim ganhou fama). Lula, que no início não era nada nas pesquisas, atrás destes que citei e de Mário Covas, Paulo Maluf, Ulisses Guimarães, etc, foi subindo nas pesquisas como uma opção meio que radical contra toda a política ruim que estava no Brasil. Mas, por que não arriscar? Ele subiu, ultrapassou Brizola e chegou ao segundo turno contra Collor numa campanha inesquecível (eu tinha 14 anos e não votava ainda). A derrota para Collor adiou o sonho de Lula, mas fez o PT crescer em todo o país.

          Fernando Collor foi um campeão de escândalos! Não sofreu o impeachment à toa, mas não quero me prender demais na história política do Brasil, para não me alongar demais. O PT cresceu, Lula enfrentou Fernando Henrique Cardoso (do PSDB) mas perdeu duas vezes. Fernando Henrique venceu com a moral de ter sido ministro de Itamar Franco e por ter levado os méritos de ter estabilizado a moeda brasileira, criando o Real. Sair da inflação absurda que tínhamos era uma conquista e tanto. Se o primeiro mandato de FHC foi bom, o segundo foi ruim (segundo minhas impressões da época) e deu força para que Lula derrotasse, se não me engano, José Serra e chegasse, enfim, à presidência, em 2002.

          O que eu não sabia é que, desde 1990, Lula havia criado (junto com Fidel Castro, de Cuba) uma organização internacional que ficou conhecida como FORO DE SÃO PAULO, que reunia lideranças de Esquerda de toda a América Latina. O que eu não sabia é que nos grupos que fazem parte do FORO estão partidos políticos e até organizações criminosas, como o MIR (do Chile) e as FARC (da Colômbia). O que eu não sabia é que, numa das eleições para presidente que Lula venceu, a disputa foi apenas um circo armado para nos enganar (toda a população), pois os candidatos todos eram filiados ao FORO DE SÃO PAULO e já tinham resolvido apoiar LULA como futuro presidente do Brasil. Nem vou falar do Diálogo Inter-Americano, no qual Lula e FHC fizeram partes (inimigos? FHC estava lá quando Lula fundou o PT, juntinho).

          Ao tomar conhecimento disso e de muito mais coisas sobre o PT, Lula e toda a ideologia socialista-comunista e tudo o que ela fez no mundo inteiro (veja a URSS, China, Cuba, Vietnã e por aí vai: massacres em cima de massacres, chacinas covardes, corrupção monstruosa), a imagem bonita que Lula e o PT tinham caiu. Não se trata de algumas pessoas corruptas no governo, afinal de contas, onde há dinheiro, poder e seres humanos, haverá corrupção. A ideologia deles é corrupta e corruptora. É criminosa e incentiva a criminalidade. “Verdade” não existe para eles, senão como um meio de chegar ao poder. Não estão em busca de justiça, verdade, valores. Não há moral. Mesmo os partidos de “oposição” não fazem oposição real, é tudo um joguinho entre eles. O PSDB sempre se sentiu mais à vontade como oposição do que como governo (governar é bem mais difícil que fazer oposição, embora menos lucrativo).

          Imaginem um traficante numa favela qualquer que, no dia das mães, dá rosas e presentes a todas as mães da favela, que, no dia das crianças, dá brinquedos e festas para as crianças da favela se divertirem. Esse traficante será amado pela comunidade, mas não deixará de ser um criminoso, um bandido, um traficante, por isso. Eu, como cidadão, não quero comodidades com dinheiro roubado, a custa de jovens se drogando, enfim, não quero melhorias de vida de maneiras ilícitas.

          O PT e todos os partidos brasileiros filiados ao FORO DE SÃO PAULO (de cabeça: PDT, PCdoB, PCB, PPS; obs: o PSDB não faz parte oficialmente do FORO mas também nunca o denunciou, o que acaba dando na mesma safadeza, peca por omissão) são uma vergonha para o Brasil. Como explicam as mais do que comprovadas ligações do FORO com o narcotráfico? Quem pagas as despesas de todos os encontros do FORO até hoje: caixa 2 ou tráfico de drogas? Nada foi declarado até hoje. Há dezenas de vídeos comprovando as operações criminosas do FORO e de como colocaram quem eles quiseram em vários países da América Latina (Hugo Chaves, Morales, Maduro, os Kirchner, etc), isso da boca deles mesmos, dos próprios cabeças: Lula, Chaves, Raul Reyes (das FARC), etc.

          Ainda que o PT tivesse dado ao país todas as melhorias sociais que afirmam (e que é mais do que discutível), eu não quero que meu país cresça liderado por bandidos e com apoio do tráfico de drogas (das FARC e de CUBA). Prefiro passar dificuldades financeiras, mas fazendo o que é certo.


          Fora Dilma, Fora Lula, Fora PT e Fora FORO DE SÃO PAULO!

terça-feira, 20 de outubro de 2020

"Não temos tempo a perder" ou "Temos nosso próprio tempo?"

 

A EXPERIÊNCIA DO TEMPO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

     *por Wilson Junior

           Este texto abaixo foi um trabalho que apresentei na faculdade. Levei nota 2 (!!!) por ele, mas publico aqui porque eu, particularmente, gostei muito (apesar da nota). O trabalho era pra ser uma comparação de um vídeo e de um texto. Talvez meu avaliador (a) não tenha gostado de eu ter incluído um terceiro personagem nas comparações, ou talvez não tenha concordado com minhas conclusões. Que o leitor avalie. 

           Hoje temos a percepção de que estamos perdendo tempo, o tempo está acelerado na nossa sociedade, “não temos tempo a perder” (Renato Russo), ao mesmo tempo em que a juventude parece ter “todo o tempo do mundo”. O homem moderno passou a realizar tudo com muita rapidez. As grandes empresas precisam produzir muito e rápido, e também precisam vender rapidamente para que esse processo não pare, as tecnologias, sempre se atualizando de maneira rápida, ajudam a acelerar o nosso tempo, assim como os transportes, cada vez mais rápidos. Se é assim, deveríamos estar ganhando tempo e não com a sensação de estar perdendo tempo, não é mesmo?

   
           Essa experiência do tempo na sociedade contemporânea é o que Olgária Matos vai tentar explicar no vídeo “Tempo sem experiência” (https://www.youtube.com/watch?v=arANFGj10Tg). Também Hartmut Rosa no texto “Os prazeres da motocicleta” (tentei encontrar o texto na internet, mas não encontrei) trata do mesmo assunto, com algumas variantes, obviamente.


           Olgária Matos fala de uma falência de valores na sociedade, que faz com que nosso tempo disponível seja desprovido de propósito, o que me leva a lembrar de Viktor Frankl, um psicólogo judeu que fundou a chamada Logoterapia. No livro “Em busca de sentido”, Frankl, já no prefácio, identifica como “uma expressão de miséria dos nossos tempos: se centenas de milhares de pessoas procuram um livro cujo título promete abordar o problema do sentido da vida, deve ser uma questão que as está incomodando muito”.

          Porém, o que Viktor E. Frankl explica com genialidade em seu livro, Olgária Matos e Harmut Rosa tentam falar de maneira confusa, causando talvez mais dúvidas do que antes de suas tentativas de explicar que o homem moderno sente um vazio existencial dentro de si que acaba tentando preencher com as drogas, com guerras (segundo Olgária) ou com uma liberdade (e desejo de poder e ser), cujo símbolo seria uma motocicleta (segundo Hartmut), “na experiência sensual de dominar a vida em alta velocidade”.


          O que faz com que o homem tenha esse vazio existencial, que acaba fazendo com que ele utilize mal seu tempo, fazendo com que o tempo disponível seja um tempo melancólico, tedioso, vazio, que lhe dá a impressão de estar perdendo tempo? Olgária identifica uma ausência de valores na sociedade contemporânea, quando compara com as sociedades medievais, principalmente, dizendo que o homem medieval dirigia seu tempo ao divino (“o homem ocidental, pelo menos”, ou, melhor diríamos, o homem europeu). E esse é justamente o ponto onde nem a filósofa (Olgária Matos) nem o sociólogo (Harmut Rosa) conseguem entender (ou pelo menos não mostram em seus respectivos trabalhos analisados aqui), e que o psicólogo (Viktor Frankl) analisa com maestria, sem precisar se voltar para uma religiosidade (que mereceria também estar nessa tentativa de explicação): “a vida tem um sentido potencial sob quaisquer circunstâncias, mesmo as mais miseráveis”. Isso vindo de um homem que, inclusive, esteve preso num campo de concentração nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, e sobreviveu a ele, tem um grande valor.

          Olgária chega a se perder em análises sobre o capitalismo e, embora seja muito aproveitável o que ela diz, sem dúvida, é também explicado de uma maneira confusa. Traz comparações entre melancolia, tédio, acídia, tentando adornar sua explicação, mas acaba sendo pouco objetiva e trazendo mais informações do que o necessário para entender o que ela quer dizer e refletir. Harmut também não encontra uma solução objetiva à questão. Este fala sobre a motocicleta, como já dissemos, ser o símbolo da “alta modernidade”, mas também fala sobre o símbolo da “modernidade tardia” ser o hamster correndo num círculo, apressado, sem sair do lugar. Ambos não conseguem chegar, como Frankl chegou, a uma conclusão objetiva, de que o homem procura um sentido à sua vida.

          Gordon Allport, também psicólogo, que escreveu o prefácio da edição norte-americana do livro “Em busca de sentido” (Frankl), disse: “A vida é sofrimento, e sobreviver é encontrar sentido na dor. Se há, de algum modo, um propósito na vida, deve havê-lo também na dor e na morte. Mas pessoa alguma pode dizer à outra o que é esse propósito. Cada um deve descobri-lo por si mesmo e aceitar a responsabilidade que sua resposta implica”. No livro, Viktor Frankl cita ainda uma frase do filósofo Nietzsche, que se encaixa bem no que ele está ensinando: “Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como”.



           Impossível também não lembrar dos filósofos cristãos, quando lemos o que Gordon Allport escreveu. É como se a resposta à falta de valores de que Olgária Matos percebe já estivesse respondida há séculos, mas por não quererem uma resposta cristã à pergunta do sentido da vida (e também por se alimentar demasiadamente de fontes marxistas, tanto Olgária quanto Harmut), ficam a divagar sobre o tema sem conseguir chegar a um desfecho objetivo útil. Viktor Frankl não se utiliza dos valores cristãos (ele é judeu) apenas, mas de tudo aquilo que pode dar sentido à vida de um ser humano, para que este tenha um propósito de vida.

           A sociedade atual, perdida, sem valores, cada vez mais voltada para prazeres e divertimentos (esse é um dos motivos, objetivamente falando, de sua falta de sentido, mas que tanto a filósofa quanto o sociólogo falham miseravelmente em identificar), em busca de coisas primárias, mesmo tendo a possibilidade de transcender, coloca o sexo como uma necessidade básica do ser humano (e, na prática, coloca o sexo como um “valor” a ser buscado e experimentado). No campo de concentração nazista, o psicólogo notou que o instinto sexual não se manifestava. Naquele momento terrível, o sexo não era tão básico e importante quanto a sociedade contemporânea quer nos fazer crer. Em contrapartida, o “interesse religioso dos prisioneiros, quando surgia, era o mais ardente que se possa imaginar. Não era sem um certo abalo que os prisioneiros recém-chegados se surpreendiam com a vitalidade e profundidade do sentimento religioso”.

          Em seus trabalhos, tanto a filósofa quanto o sociólogo, ignoram completamente o sentimento religioso. Preferem voltar suas análises à parte política (que o psicólogo também analisa, por isso ser o seu um trabalho completo), a condições de trabalho advindas do capitalismo selvagem. Parecem que estão, também eles, “em busca de sentido”, para tentar explicar a experiência do tempo na sociedade contemporânea. “No campo de concentração se pode privar a pessoa de tudo, menos da liberdade última de assumir uma atitude alternativa frente às condições dadas. E havia uma alternativa!” (Frankl).


          Talvez a melhor parte do livro de Frankl, e que fala sobre esse sentido, esse propósito de vida que estamos refletindo, tanto no texto de Harmut Rosa quanto no video de Olgária Matos, que faria com que a sensação de tempo perdido, de uma experiência vazia, esteja neste parágrafo:
          “A maioria preocupava-se com a questão: ‘será que vamos sobreviver
           ao campo de concentração? Pois, caso contrário, todo esse sofrimento
           não tem sentido’. Em contraste, a pergunta que me afligia era outra: ‘será
           que tem sentido todo esse sofrimento, essa morte ao nosso redor? Pois,
           caso contrário, afinal de contas, não faz sentido sobreviver ao campo
           de concentração” (FRANKL, Viktor. “Em busca de sentido”, Ed. Vozes, pág 90)

          O psicólogo se saiu melhor que a filósofa e o sociólogo, mas todos dão grande contribuição ao tema, para que possamos fugir à acídia (preguiça espiritual), à melancolia e ao tédio, e assim chegarmos a uma vida que tenha um propósito, um sentido. 
 
 
 
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