Blog pessoal de Wilson Vieira de Mesquita Junior. Assuntos do blog? Principalmente Catolicismo, mas pode ser abordado qualquer assunto.
domingo, 23 de dezembro de 2018
"BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES"
É claro que todo mundo reparou já isso, mas tenho que destacar: o "elogio" feito a Maria, mãe de Jesus, não partiu apenas de Isabel! Maria a saudou e esta "ficou cheia do Espírito Santo", exclamando em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". É o próprio Deus que exaltou Maria acima de todas as mulheres! "Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor?", continuou Isabel, "cheia do Espírito Santo". A mãe de Deus vir a nós é uma honra que não merecemos, mas que devemos aceitar. "Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio". Isabel está falando literalmente de João Batista em seu ventre. Mas vamos ter a audácia de interpretar para nós, hoje, esta passagem: "a voz de tua saudação" podemos interpretar como a oração do terço, que possui a saudação a Maria e essa "criança" que estremece em nosso seio somos nós mesmos, essa "criança" é o que devemos nos tornar para chegarmos à salvação em Cristo, afinal não são aqueles que recebem o Reino como uma criança que nele entrarão? Nossa Senhora nos ajuda, pela oração do Rosário (ou ao menos o terço), a sermos como crianças, fugindo das tentações maldosas do mundo, fugindo de nossas próprias concupiscências, afugentando o inimigo de Deus de nossas vidas. Aquela que esmagou a cabeça da serpente não é a mais indicada a tudo isso?
Percebeu uma outra coisa? Na passagem das Escrituras em questão, Isabel exclama depois de ser cheia do Espírito Santo. Ela recebeu uma graça naquele momento, foi agraciada. Mas, quando Maria proclama o Magnificat em resposta à saudação de Isabel, a Palavra de Deus não diz que ela ficou "cheia do Espírito Santo" para proclamar. Sabe o porquê? Alguns versículos anteriores, quando o anjo saúda a Nossa Senhora, ele a chama de "Cheia de graça!". Maria não foi apenas agraciada, como Isabel (ou como cada um de nós, quando recebemos uma graça de Deus), mas estava "cheia" dessa graça. Não houve momentos em que Maria foi agraciada, sua vida inteira esteve CHEIA da graça de Deus!
"Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas". Foi o próprio Deus que exaltou Maria acima de todas as mulheres! E Isabel ("cheia do Espírito Santo", diga-se) chama-a de "bem-aventurada"! Quando te disserem que a Igreja Católica exagera nas honras a Maria, mãe de Jesus, diga que não é a Igreja Católica que exalta Maria, mas foi o próprio Deus que exaltou Maria acima de todas as mulheres. A Igreja Católica apenas reconhece o que Deus fez em Maria.
Vale a pena terminar este texto repetindo o que diz são Luís de Montfort no seu "Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem", logo no capítulo primeiro: "Confesso com toda a Igreja que Maria é uma pura criatura saída das mãos do Altíssimo. Comparada, portanto, à Majestade infinita ela é menos que um átomo, é, antes, um nada, pois que só Ele é "Aquele que é" (Ex 3,14)...digo, entretanto, que, supostas as coisas como são, já que Deus quis começar e acabar suas maiores obras por meio da Santíssima Virgem, depois que a formou, é de crer que não mudará de conduta nos séculos dos séculos, pois é Deus, imutável em sua conduta e em seus sentimentos". Neste artigo repeti uma frase propositadamente três vezes, não por acaso, mas em honra às três pessoas da Santíssima Trindade, mas como é uma verdade maravilhosa de nossa fé, termino com ela mais uma vez: "FOI O PRÓPRIO DEUS QUE EXALTOU MARIA ACIMA DE TODAS AS MULHERES"! Louvado seja Deus em sua imensa sabedoria!
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
PLINIO CORREIA DE OLIVEIRA
Eis que faço uma pequena pausa no tema da Abominação da desolação para falar de três livros que ganhei do meu pároco. Parece que alguém presenteou a paróquia com os três últimos livros dessa coleção acima (na foto), indicando fazer uma rifa, mas ele preferiu dar de presente a alguém que goste de ler, e fui quem ele escolheu, não sei ainda se para minha felicidade ou tristeza.
São três livros grossos mas que me vieram no meu início de férias, então, por que não dar uma olhadinha? Estou ainda na página 54 do livro III (são 630), mas já dá pra fazer alguns comentários iniciais.
A coleção é "O dom de sabedoria na mente, vida e obra de Plinio Correia de Oliveira" e o livro III tem como tema: "Configura-se a missão". O autor da obra é o Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias. O Dr. Plinio é o fundador da TFP (Tradição, Família e Propriedade), um grupo Católico Tradicional; Monsenhor Clá Dias é o fundador dos Arautos do Evangelho, um grupo dissidente da TFP. Já ouvi muito falar de Dr. Plinio, mas quase sempre não foram coisas boas, pois as informações que eu tinha vinham da Associação Cultural Montfort, cujo fundador (Professor Orlando Fedeli) veio da TFP também, porém, ao sair tornou-se um crítico feroz desta. O professor Orlando chegou a denunciar que na TFP, em seus círculos mais internos, havia um delirante culto a Dr. Plinio e a sua mãe, dona Lucilia, até mesmo adotavam o nome de "sempre viva" (se não me engano), agindo como uma seita secreta dentro da TFP. Nunca investiguei e nem me importei com isso, já que nunca me interessei pela TFP, a não ser historicamente, sendo inegável um papel importante de Plinio Correia de Oliveira na liderança católica brasileira no século XX.
Em relação às poucas páginas que li, nota-se uma admiração extraordinária de Monsenhor Clá Dias pelo Dr. Plínio. Tenho pessoas que eu admiro na minha caminhada, como meu irmão mais velho Wilton (que é membro da comunidade Shalom), Marcelo Soares (cantor e membro da comunidade servos da Divina Misericórdia), Bráulio e Elaine (casal aqui da paróquia Nossa Senhora da Glória), Yan e Denise (casal de Congregados Marianos aqui da paróquia). Esses entre os que eu conheço pessoalmente. Também foram importantes para mim o padre Jonas Abib (comunidade Canção Nova), o cantor Martin Valverde, a cantora Kelly Patricia, entre outros, e atualmente o padre Paulo Ricardo tenho muita admiração e respeito. Mas nada se compara à admiração que Mons. Clá demonstra a Dr. Plinio. Ele o tem quase como se fosse Jesus! Ou um grande santo! Vejam esse texto:
"Mons. João Clá Dias, autor dessa obra, nasceu...chegado à fase da adolescência, vivia ele uma autêntica tragédia interior por perceber a degradação da sociedade...ele desejava muito encontrar uma pessoa boa e desinteressada. Não era possível que o universo se sustentasse sem alguém assim. Por uma ação da graça, tinha certeza absoluta de existir um homem que fosse PERFEITO, JUSTO, GRANDIOSO, CAPAZ DE MUDAR A FACE DA TERRA, junto ao qual houvesse um grupo de pessoas...no primeiro dia da novena de Nossa Senhora do Carmo, no ano de 1956, descobriria quem era essa homem: PLINIO CORREIA DE OLIVEIRA, a cujo lado se colocaria desde aquele momento para servir à Santa Igreja Católica" (orelha da capa e contra-capa).
Leia novamente os atributos acima dados pelo autor. Eu comecei a ler e pensei que ele falaria de JESUS, mas estava se dirigindo ao fundador da TFP. Dr. Plinio é canonizado pelo autor e realmente me pareceu de uma maneira bem exagerada. Porém, quem conheceu pessoalmente a ele foi o autor e não eu. Em relação à obra do Monsenhor, os Arautos do Evangelho, conheço a revista que eles publicam (não sei com quanta regularidade) e posso dizer que as edições que já li foram excelentes (é só o que posso dizer).
Agradeço ao padre Valnei pelo presente e tentarei nessas férias continuar a ler (é uma obra enorme, mas o interesse histórico mantem-me motivado). Havendo novidades sobre a obra, boas ou ruins, venho publicar aqui.
Não por acaso estarão aí abaixo links para três livros, um de Monsenhor Clá sobre Fátima, um do professor Orlando sobre a TFP e o terceiro o famoso "Revolução e Contra revolução", do Dr. Plínio (só que em inglês).
São três livros grossos mas que me vieram no meu início de férias, então, por que não dar uma olhadinha? Estou ainda na página 54 do livro III (são 630), mas já dá pra fazer alguns comentários iniciais.
A coleção é "O dom de sabedoria na mente, vida e obra de Plinio Correia de Oliveira" e o livro III tem como tema: "Configura-se a missão". O autor da obra é o Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias. O Dr. Plinio é o fundador da TFP (Tradição, Família e Propriedade), um grupo Católico Tradicional; Monsenhor Clá Dias é o fundador dos Arautos do Evangelho, um grupo dissidente da TFP. Já ouvi muito falar de Dr. Plinio, mas quase sempre não foram coisas boas, pois as informações que eu tinha vinham da Associação Cultural Montfort, cujo fundador (Professor Orlando Fedeli) veio da TFP também, porém, ao sair tornou-se um crítico feroz desta. O professor Orlando chegou a denunciar que na TFP, em seus círculos mais internos, havia um delirante culto a Dr. Plinio e a sua mãe, dona Lucilia, até mesmo adotavam o nome de "sempre viva" (se não me engano), agindo como uma seita secreta dentro da TFP. Nunca investiguei e nem me importei com isso, já que nunca me interessei pela TFP, a não ser historicamente, sendo inegável um papel importante de Plinio Correia de Oliveira na liderança católica brasileira no século XX.
Em relação às poucas páginas que li, nota-se uma admiração extraordinária de Monsenhor Clá Dias pelo Dr. Plínio. Tenho pessoas que eu admiro na minha caminhada, como meu irmão mais velho Wilton (que é membro da comunidade Shalom), Marcelo Soares (cantor e membro da comunidade servos da Divina Misericórdia), Bráulio e Elaine (casal aqui da paróquia Nossa Senhora da Glória), Yan e Denise (casal de Congregados Marianos aqui da paróquia). Esses entre os que eu conheço pessoalmente. Também foram importantes para mim o padre Jonas Abib (comunidade Canção Nova), o cantor Martin Valverde, a cantora Kelly Patricia, entre outros, e atualmente o padre Paulo Ricardo tenho muita admiração e respeito. Mas nada se compara à admiração que Mons. Clá demonstra a Dr. Plinio. Ele o tem quase como se fosse Jesus! Ou um grande santo! Vejam esse texto:
"Mons. João Clá Dias, autor dessa obra, nasceu...chegado à fase da adolescência, vivia ele uma autêntica tragédia interior por perceber a degradação da sociedade...ele desejava muito encontrar uma pessoa boa e desinteressada. Não era possível que o universo se sustentasse sem alguém assim. Por uma ação da graça, tinha certeza absoluta de existir um homem que fosse PERFEITO, JUSTO, GRANDIOSO, CAPAZ DE MUDAR A FACE DA TERRA, junto ao qual houvesse um grupo de pessoas...no primeiro dia da novena de Nossa Senhora do Carmo, no ano de 1956, descobriria quem era essa homem: PLINIO CORREIA DE OLIVEIRA, a cujo lado se colocaria desde aquele momento para servir à Santa Igreja Católica" (orelha da capa e contra-capa).
Leia novamente os atributos acima dados pelo autor. Eu comecei a ler e pensei que ele falaria de JESUS, mas estava se dirigindo ao fundador da TFP. Dr. Plinio é canonizado pelo autor e realmente me pareceu de uma maneira bem exagerada. Porém, quem conheceu pessoalmente a ele foi o autor e não eu. Em relação à obra do Monsenhor, os Arautos do Evangelho, conheço a revista que eles publicam (não sei com quanta regularidade) e posso dizer que as edições que já li foram excelentes (é só o que posso dizer).
Agradeço ao padre Valnei pelo presente e tentarei nessas férias continuar a ler (é uma obra enorme, mas o interesse histórico mantem-me motivado). Havendo novidades sobre a obra, boas ou ruins, venho publicar aqui.
Não por acaso estarão aí abaixo links para três livros, um de Monsenhor Clá sobre Fátima, um do professor Orlando sobre a TFP e o terceiro o famoso "Revolução e Contra revolução", do Dr. Plínio (só que em inglês).
domingo, 16 de dezembro de 2018
CONTINUANDO O TEMA...
Pesquisando no google sobre o tema ("Abominação da desolação"), encontro um video curtinho de um protestante, professor Leandro Quadros, que trata sobre o tema e, obviamente, não consegue acertar. E por que não consegue? Porque a chave para compreender o que Jesus está falando em Mateus 24 não é o livro de Daniel, mas sim o de Macabeus (que o protestante não tem em sua Bíblia). Por isso o professor Leandro vai tomar essa expressão do "Desolador" ou dessa "Abominação" como uma grande perseguição que a Igreja irá enfrentar no fim dos tempos, mais terrível e abrangente do que foi a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., a qual Jesus parece se referir num primeiro momento.
Jesus diz em Mateus 24: "Quando virdes estabelecida no templo a abominação da desolação que foi descrita pelo profeta Daniel (9,27)...". Parece uma perseguição ou algo específico? Algo que será visto sobre o templo e que será o início dessa (aí sim) grande perseguição? Daniel vai dizer na passagem de seu livro 9,27: "...no meio da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; sobre a asa das abominações virá o devastador, até que a ruína decretada caia sobre o devastado". Não me aprofundei ainda sobre os detalhes de como foi a destruição imposta pelos romanos em Jerusalém no ano 70 d.C. pra poder explicar nesse acontecimento o que fez "cessar o sacrifício e a oblação", mas o que seria para o final dos tempos "cessar o sacrifício", uma vez que o sacrifício de Cristo substituiu para nós todos os sacrifícios e oblações do Antigo Testamento? Quando Jesus profetizou ainda haveria sentido, pois ainda não tinha instituído o sacrifício da Nova Aliança e, portanto, não seria compreendido, mas para o final dos tempos já não há como associar sacrifícios ultrapassados como os do AT.
O professor Leandro Quadros ainda tenta explicar racionalmente e eu respeito. Mas o que dizer de outros, que chegam a viajar tanto na maionese que acreditam que a "Abominação" será o Papa Francisco sentar num trono em Jerusalém e que (são) João Paulo II vai ressuscitar para governar ao seu lado? Aí diz que um é a Besta e o outro o Falso profeta. Haja imaginação e delírio! Coloquei o link aí (nem sei se deveria) não pra divulgar o site mas pra vergonha deles mesmo.
Voltando ao lado católico, que crê no livro dos Macabeus como inspirado por Deus e parte da Bíblia, vi uma notícia estarrecedora no site da Associação Cultural Montfort, que são tradicionalistas que reconhecem a legitimidade dos Papas pós-Concílio Vaticano II, mas rejeitam o Concílio e a Reforma Litúrgica do Papa (são) Paulo VI. A notícia diz que o santuário de Fátima em Portugal será transformado para ser um "centro onde todas as religiões do mundo se reuniriam para prestar homenagens a seus vários deuses". O título do artigo traz justamente a "abominação no lugar santo: o santuário de Fátima se tornará um santuário pagão". Vergonhoso, sem dúvida, mas não é será a primeira vez que acontecerá algo assim. Sobre o "Encontro de Assis" em 1986, porém, só vou relatar em outro texto, não agora.
No site Permanência, outro tradicionalista que reconhece os Papas mas não o Concílio Vaticano II e a Missa nova, vão dizer que o "sacrifício perpétuo" que cessará é a Santa Missa, que por ocasião da Reforma litúrgica de 1969, foi transformada. A Missa "antiga", a Tridentina, ficou apenas com grupos tradicionalistas e sedevacantistas, e todo o mundo católico adotou a Missa "nova", reformada, do Papa Paulo VI. Sobre essa Reforma desastrosa eu também só me aprofundarei em outro texto. A conclusão do site Permanência nesse artigo é temerária. Ele diz que as Missas atuais são "provavelmente inválidas por falta de intenção do sacerdote de fazer o que a santa Igreja sempre fez". Começar a julgar intenções é delirar. O rito novo é fraco, ambíguo, muitas vezes os padres abusam liturgicamente dele até as raias do escândalo, chegando a ser muitas vezes blasfemo...mas é válido! Como julgar intenções? Esse é justamente o tipo de julgamento que Nosso Senhor nos adverte nos Evangelhos quando diz: "Não julgueis...".
Para concluir esse texto, essa reflexão, tenho que dizer que só faz sentido a interpretação dessa "Abominação" quando lemos o livro dos Macabeus e quando cremos que o sacrifício da Nova Aliança é a Santa Missa, que renova o sacrifício da Cruz do Calvário pelos séculos. Nas próximas reflexões, terei que citar o Papa (são) João Paulo II e o terrível encontro ecumênico de Assis, em 1986, onde aconteceram coisas que, se não são, se aproximam muito dessa profanação descrita no AT e projetada aos nossos tempos.
sábado, 15 de dezembro de 2018
ENROLADO COM AS PROVAS
Aos meus poucos leitores: estou em fase final de provas neste período (amanhã é a última prova deste semestre) e por isso não estou postando nada, mas os estudos sobre a "Abominação da desolação" voltarão (entre outros).
Aproveito pra dar uma alfinetada na minha apostila de História Moderna. Ao explicar as diferenças entre Católicos e Protestantes (falando de Reforma e Contrarreforma), uma dessas diferenças que a apostila traz é a "adoração dos santos" pelos católicos! Eu mereço! Aí vem uma besteira dessas na minha prova e eu respondo o quê? Dane-se o semestre! Vamos evangelizar na prova! (mesmo sabendo que a nota será baixa)...
Aproveito pra dar uma alfinetada na minha apostila de História Moderna. Ao explicar as diferenças entre Católicos e Protestantes (falando de Reforma e Contrarreforma), uma dessas diferenças que a apostila traz é a "adoração dos santos" pelos católicos! Eu mereço! Aí vem uma besteira dessas na minha prova e eu respondo o quê? Dane-se o semestre! Vamos evangelizar na prova! (mesmo sabendo que a nota será baixa)...
sábado, 8 de dezembro de 2018
ABUSOS LITÚRGICOS: ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO?
A pergunta que não quer calar é: os inacreditáveis abusos litúrgicos que vieram sobre a santa Missa após o Concílio Vaticano II e, principalmente, a Reforma litúrgica são apenas más interpretações ou são consequencias dos próprios textos da Reforma e/ou do Concílio?
Quem é o responsável pela santa Missa ter se tornado uma "palhaçada" (logicamente nem toda Missa é assim)? Como é que a Renovação do Sacrifício que Jesus realizou no Calvário se transformou no que vemos nessas duas fotos? Abusos litúrgicos já não são novidades há tempos. Vou deixar apenas um link de um vídeo do youtube que mostra algumas fotos de abusos e frases importantes sobre o tema: https://www.youtube.com/watch?v=cUwwvsztk_E.
Inicialmente lembro de um estudo que realizei há alguns anos onde comparei a definição da santa Missa feita pelo Catecismo de são Pio X (anterior ao Concílio Vaticano II) e a Instrução Geral do Missal Romano (1969).
"A Santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo que sob as espécies do pão e do vinho, são oferecidos pelo padre a Deus sobre o altar em memória e renovação do Sacrifício da Cruz" (Catecismo de são Pio X).
"A Ceia do Senhor ou Missa é a santa assembléia ou reunião do povo de Deus que se reúne sob a presidência do padre para celebrar o memorial do Senhor" (Institutio Novi Missalis Romani).
Qualquer um que não consiga enxergar uma diferença absurda entre as duas definições ou está completamente cego ou me ajude a sair da MINHA cegueira, pois é completamente impossível para mim conciliar essas duas definições, por mais malabarismos que se faça.
Nunca é um bom caminho negar a realidade que se está vendo. O Papa Paulo VI nada fez para combater os abusos litúrgicos que aconteceram a partir da Reforma litúrgica e somente com João Paulo II estes foram sendo combatidos (e tardiamente). Bento XVI foi quem mais fez, entre os Papas pós-Concílio, para combater esses abusos. A linguagem dúbia do Missal Romano foi diretamente responsável pela profusão de erros, entre os que já queriam mudar e entre os que foram confundidos por ele, porém, é INEGÁVEL também que HÁ MISSAS NOVAS (pra usar uma linguagem vulgar usada por tradicionalistas) BEM CELEBRADAS, como as do padre João Jefferson, da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Olaria, aqui no Rio de Janeiro, entre as que já assisti.
Não é justamente essa mudança do que acreditamos que é a Santa Missa que Nossa Senhora denunciava nas mensagens ao padre Gobbi, do Movimento Sacerdotal Mariano, que coloquei no último texto? Não seria isso o que diz em Macabeus: "edificaram a abominação da desolação por sobre o altar e construíram altares em todas as cidades circunvizinhas de Judá"? (1Mac 1,54).
Quem é o responsável pela santa Missa ter se tornado uma "palhaçada" (logicamente nem toda Missa é assim)? Como é que a Renovação do Sacrifício que Jesus realizou no Calvário se transformou no que vemos nessas duas fotos? Abusos litúrgicos já não são novidades há tempos. Vou deixar apenas um link de um vídeo do youtube que mostra algumas fotos de abusos e frases importantes sobre o tema: https://www.youtube.com/watch?v=cUwwvsztk_E.
Inicialmente lembro de um estudo que realizei há alguns anos onde comparei a definição da santa Missa feita pelo Catecismo de são Pio X (anterior ao Concílio Vaticano II) e a Instrução Geral do Missal Romano (1969).
"A Santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo que sob as espécies do pão e do vinho, são oferecidos pelo padre a Deus sobre o altar em memória e renovação do Sacrifício da Cruz" (Catecismo de são Pio X).
"A Ceia do Senhor ou Missa é a santa assembléia ou reunião do povo de Deus que se reúne sob a presidência do padre para celebrar o memorial do Senhor" (Institutio Novi Missalis Romani).
Qualquer um que não consiga enxergar uma diferença absurda entre as duas definições ou está completamente cego ou me ajude a sair da MINHA cegueira, pois é completamente impossível para mim conciliar essas duas definições, por mais malabarismos que se faça.
Nunca é um bom caminho negar a realidade que se está vendo. O Papa Paulo VI nada fez para combater os abusos litúrgicos que aconteceram a partir da Reforma litúrgica e somente com João Paulo II estes foram sendo combatidos (e tardiamente). Bento XVI foi quem mais fez, entre os Papas pós-Concílio, para combater esses abusos. A linguagem dúbia do Missal Romano foi diretamente responsável pela profusão de erros, entre os que já queriam mudar e entre os que foram confundidos por ele, porém, é INEGÁVEL também que HÁ MISSAS NOVAS (pra usar uma linguagem vulgar usada por tradicionalistas) BEM CELEBRADAS, como as do padre João Jefferson, da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Olaria, aqui no Rio de Janeiro, entre as que já assisti.
Não é justamente essa mudança do que acreditamos que é a Santa Missa que Nossa Senhora denunciava nas mensagens ao padre Gobbi, do Movimento Sacerdotal Mariano, que coloquei no último texto? Não seria isso o que diz em Macabeus: "edificaram a abominação da desolação por sobre o altar e construíram altares em todas as cidades circunvizinhas de Judá"? (1Mac 1,54).
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
A SANTA MISSA NO CONCÍLIO DE TRENTO
No último post trouxe o que (são) João Paulo II ensinou-nos em sua encíclica ECCLESIA DE EUCHARISTIA sobre a Santa Missa e de como nos orientou (a todo povo católico) a buscar a referência dogmática sobre esta no Concílio de Trento.
É somente quando se estuda os textos do Concílio de Trento que se percebe o quanto a Santa Missa mudou depois do Concílio Vaticano II e, principalmente, da Reforma Litúrgica do Papa (são) Paulo VI, realizada em 1969.
O cânon 1 da Santa Missa já é demolidor: "Se alguém disser que na Missa não se oferece a Deus verdadeiro e próprio sacrifício ou que oferecer-se Cristo não é mais que dar-se-nos em alimento - seja excomungado". A Santa Missa é verdadeiro sacrifício e NÃO É apenas para que recebamos Jesus como alimento. Mas que "sacrifício" é esse?
O cânon 3 da Santa Missa vem assim: "Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório, ou que só aproveita ao que comunga, e que não se deve oferecer pelos vivos e defuntos, pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades - seja excomungado". NÃO É comemoração nem somente louvor e agradecimento, mas VERDADEIRO SACRIFÍCIO, e não qualquer sacrifício, mas o SACRIFÍCIO CONSUMADO NA CRUZ. E ainda não somente isso, mas PROPICIATÓRIO, ou seja, recebemos as graças desse sacrifício (o da cruz do Calvário) quando dela (da Santa Missa) participamos. Não uma graça do momento em que estamos hoje, mas uma graça que nos vêm direto do Calvário.
O Concílio de Trento é dogmático, ou seja, aquilo que ele ensinou vale para sempre como fé católica e, inclusive no seu cânon, vai dizer, no número 6: "Se alguém disser que o Cânon da Missa contém erros e por isso se deve ab-rogar - seja excomungado". Talvez seja estranha à essa geração de hoje uma linguagem assim tão firme, porém, assim dessa forma, dificilmente se pode interpretar de maneira diferente o que se está ensinando. E assim deve ser a doutrina: CLARA.
Os textos do Concílio de Trento (em especial aqui os relativos à Santa Missa) deveriam ser de conhecimento de todos os católicos, mas, inegavelmente, após o Concílio Vaticano II e a Reforma Litúrgica de Paulo VI, muitos interpretaram que se deveria esquecer o que foi definido por Trento, como se o Vaticano II substituísse Trento, superando-o (curiosamente os Papas João XXIII e Paulo VI, os dois que presidiram o Vaticano II, não o declararam dogmático mas apenas "pastoral").
Nem vou entrar na polêmica da linguagem em que deve ser celebrada a Santa Missa (definida por Trento), pois não está no assunto desse estudo. Na verdade, mesmo falando sobre a encíclica do Papa João Paulo II e o Concílio de Trento, o assunto que quero tratar é ainda a ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO. Onde pretendo chegar? Em Macabeus diz que "edificaram a abominação da desolação por sobre o altar e construíram altares em todas as cidades circunvizinhas de Judá" (1Mac 1,54) e que fossem suspensos "os holocaustos, os sacrifícios e as libações no templo" (1Mac 1,45). Sobre o altar do sacrifício foi construído novo altar, mas abominável. Isso foi previsto pelo profeta Daniel e aconteceu na época dos Macabeus. Jesus cita novamente nos evangelhos referente à destruição de Jerusalém (historicamente no ano 70 d.C.) mas, em relação ao final dos tempos (que é o que nos interessa mais nesse momento), esse sacrifício é A SANTA MISSA. De que maneira, porém, o altar da Santa Missa será suspenso e substituído por outro, um falso altar? Pode o sacrifício da Missa ter sido suspenso? Não creio...mas um outro (falso) "sacrifício" para confundir o verdadeiro seria possível.
Trago ainda a mensagem que o padre Gobbi (fundador do Movimento Sacerdotal Mariano) recebeu em 31/12/1992, falando sobre o fim dos tempos. Nessa mensagem, Nossa Senhora fala sobre a Abominação da desolação. Sei que nem todos crêem que Nossa Senhora é a autora dessas mensagens, mas para esse estudo isso não importa. Quem não crê que Nossa Senhora falava ao padre Gobbi tem, ao menos, uma interpretação para o que é essa Abominação. E Nossa Senhora diz: "O sacrifício da Missa renova o sacrifício consumado por Jesus sobre o Calvário. Acolhendo a doutrina protestante se dirá que a Missa não é um sacrifício, mas somente a santa ceia, ou seja, a recordação do que Jesus fez na sua última ceia. E assim será suprimida a celebração da santa Missa. Nessa abolição do sacrifício cotidiano consiste o horrível sacrilégio cometido pelo anticristo".
Muitos padres e bispos (e leigos, teólogos, diáconos, etc) ensinaram que a santa Missa não é um sacrifício. A Missa celebrada por estes seria válida? Só pra dar um exemplo: em 2006, um dominicano (Jean Cardonnel) chegou a escrever com todas as letras que a Missa não era um sacrifício, que o altar é apenas uma mesa e renegou tudo que Trento ensinou (o site tradicionalista católico MONTFORT fez uma crítica feroz aos desvarios desse frei). Na época, o ódio desse dominicano veio em resposta à liberação da Missa tridentina pelo Papa Bento XVI. Ele é apenas um de inumeráveis exemplos de como a fé sobre a Missa passou por tentativas de mudança. E vindas de cima! Continuarei no tema no próximo texto.
É somente quando se estuda os textos do Concílio de Trento que se percebe o quanto a Santa Missa mudou depois do Concílio Vaticano II e, principalmente, da Reforma Litúrgica do Papa (são) Paulo VI, realizada em 1969.
O cânon 1 da Santa Missa já é demolidor: "Se alguém disser que na Missa não se oferece a Deus verdadeiro e próprio sacrifício ou que oferecer-se Cristo não é mais que dar-se-nos em alimento - seja excomungado". A Santa Missa é verdadeiro sacrifício e NÃO É apenas para que recebamos Jesus como alimento. Mas que "sacrifício" é esse?
O cânon 3 da Santa Missa vem assim: "Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório, ou que só aproveita ao que comunga, e que não se deve oferecer pelos vivos e defuntos, pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades - seja excomungado". NÃO É comemoração nem somente louvor e agradecimento, mas VERDADEIRO SACRIFÍCIO, e não qualquer sacrifício, mas o SACRIFÍCIO CONSUMADO NA CRUZ. E ainda não somente isso, mas PROPICIATÓRIO, ou seja, recebemos as graças desse sacrifício (o da cruz do Calvário) quando dela (da Santa Missa) participamos. Não uma graça do momento em que estamos hoje, mas uma graça que nos vêm direto do Calvário.
O Concílio de Trento é dogmático, ou seja, aquilo que ele ensinou vale para sempre como fé católica e, inclusive no seu cânon, vai dizer, no número 6: "Se alguém disser que o Cânon da Missa contém erros e por isso se deve ab-rogar - seja excomungado". Talvez seja estranha à essa geração de hoje uma linguagem assim tão firme, porém, assim dessa forma, dificilmente se pode interpretar de maneira diferente o que se está ensinando. E assim deve ser a doutrina: CLARA.
Os textos do Concílio de Trento (em especial aqui os relativos à Santa Missa) deveriam ser de conhecimento de todos os católicos, mas, inegavelmente, após o Concílio Vaticano II e a Reforma Litúrgica de Paulo VI, muitos interpretaram que se deveria esquecer o que foi definido por Trento, como se o Vaticano II substituísse Trento, superando-o (curiosamente os Papas João XXIII e Paulo VI, os dois que presidiram o Vaticano II, não o declararam dogmático mas apenas "pastoral").
Nem vou entrar na polêmica da linguagem em que deve ser celebrada a Santa Missa (definida por Trento), pois não está no assunto desse estudo. Na verdade, mesmo falando sobre a encíclica do Papa João Paulo II e o Concílio de Trento, o assunto que quero tratar é ainda a ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO. Onde pretendo chegar? Em Macabeus diz que "edificaram a abominação da desolação por sobre o altar e construíram altares em todas as cidades circunvizinhas de Judá" (1Mac 1,54) e que fossem suspensos "os holocaustos, os sacrifícios e as libações no templo" (1Mac 1,45). Sobre o altar do sacrifício foi construído novo altar, mas abominável. Isso foi previsto pelo profeta Daniel e aconteceu na época dos Macabeus. Jesus cita novamente nos evangelhos referente à destruição de Jerusalém (historicamente no ano 70 d.C.) mas, em relação ao final dos tempos (que é o que nos interessa mais nesse momento), esse sacrifício é A SANTA MISSA. De que maneira, porém, o altar da Santa Missa será suspenso e substituído por outro, um falso altar? Pode o sacrifício da Missa ter sido suspenso? Não creio...mas um outro (falso) "sacrifício" para confundir o verdadeiro seria possível.
Trago ainda a mensagem que o padre Gobbi (fundador do Movimento Sacerdotal Mariano) recebeu em 31/12/1992, falando sobre o fim dos tempos. Nessa mensagem, Nossa Senhora fala sobre a Abominação da desolação. Sei que nem todos crêem que Nossa Senhora é a autora dessas mensagens, mas para esse estudo isso não importa. Quem não crê que Nossa Senhora falava ao padre Gobbi tem, ao menos, uma interpretação para o que é essa Abominação. E Nossa Senhora diz: "O sacrifício da Missa renova o sacrifício consumado por Jesus sobre o Calvário. Acolhendo a doutrina protestante se dirá que a Missa não é um sacrifício, mas somente a santa ceia, ou seja, a recordação do que Jesus fez na sua última ceia. E assim será suprimida a celebração da santa Missa. Nessa abolição do sacrifício cotidiano consiste o horrível sacrilégio cometido pelo anticristo".
Muitos padres e bispos (e leigos, teólogos, diáconos, etc) ensinaram que a santa Missa não é um sacrifício. A Missa celebrada por estes seria válida? Só pra dar um exemplo: em 2006, um dominicano (Jean Cardonnel) chegou a escrever com todas as letras que a Missa não era um sacrifício, que o altar é apenas uma mesa e renegou tudo que Trento ensinou (o site tradicionalista católico MONTFORT fez uma crítica feroz aos desvarios desse frei). Na época, o ódio desse dominicano veio em resposta à liberação da Missa tridentina pelo Papa Bento XVI. Ele é apenas um de inumeráveis exemplos de como a fé sobre a Missa passou por tentativas de mudança. E vindas de cima! Continuarei no tema no próximo texto.
domingo, 2 de dezembro de 2018
ECCLESIA DE EUCHARISTIA
"A Igreja vive da Eucaristia!"
Assim começa a carta encíclica de (são) João Paulo II "Ecclesia de Eucharistia", de 2003. Uma encíclica surpreendente pelo teor doutrinário sobre a santa Missa, e de maneira bem tradicional. Em tempos ainda de super euforia com o Concílio Vaticano II, com ecumenismo exagerado, anarquias litúrgicas, excessos e tudo mais, vem o Papa João Paulo II e traz verdades dolorosas a quem tinha esperanças de que a Igreja mudasse seu ensinamento sobre a santa Missa.
"A Igreja vive de Jesus eucarístico, por ele é nutrida, por ele é iluminada" (EE 6).
O surpreendente na encíclica é o Papa valorizar algo que estava, pelos progressistas, ultrapassado e esquecido: o Concílio de Trento. "Como não admirar as exposições doutrinais dos decretos sobre a Santíssima Eucaristia e sobre o Santo Sacrifício da Missa promulgados pelo Concílio de Trento? Aquelas páginas guiaram a teologia e a catequese nos séculos sucessivos, PERMANECENDO AINDA como ponto de referência dogmático para a incessante renovação e crescimento do povo de Deus na sua fé e amor à Eucaristia" (EE 9).
João Paulo II elogia a reforma litúrgica e diz que trouxe grandes vantagens, mas..."a par destas luzes, não faltam sombras, infelizmente". Então fala de alguns abusos litúrgicos, principalmente o desprovir a Santa Missa de seu valor sacrificial: "despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa" (EE 10). Obviamente a Santa Missa é muito mais que isso. Obviamente nessa época já haviam muitos e muitos mais abusos litúrgicos pelo mundo.
Colocando o Concílio de Trento como referência dogmática, o Capítulo primeiro da encíclica já afirma que a Santa Missa "é o sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos" (EE 11). Em tempos de ouvir que a Missa era uma "festa", um "banquete", uma "refeição", etc, reafirmar o Concílio de Trento e o valor da Missa como sacrifício já foi pisar no freio progressista e dar uma meia-volta surpreendente. "A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor" (EE 12). Como isso estava começando a ser esquecido nas paróquias!
Não uma lembrança do sacrifício da cruz ou uma referência indireta a esse sacrifício. "A Eucaristia é sacrifício em sentido próprio, e não apenas em sentido genérico como se se tratasse da oferta de Cristo aos fiéis para seu alimento espiritual" (EE 13), ou seja, Jesus nos deixou a si mesmo nesse admirável sacramento não apenas para ser nosso alimento espiritual, mas para que pudéssemos participar de seu sacrifício. Ao afirmar a presença REAL do Senhor na Eucaristia, diz que "reafirma-se assim a DOUTRINA SEMPRE VÁLIDA do Concílio de Trento" (EE 15), outra citação de um Concílio considerado "ultrapassado".
"O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de uma valor inestimável na vida da Igreja, e está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico." (EE 25) João Paulo II é genial ao comparar a adoração eucarística com o inclinar do apóstolo predileto sobre o peito de Jesus (cf. João 13,25).
Há riquezas incríveis nessa encíclica, onde o Papa reafirma o valor da Missa celebrada mesmo que não tenha povo, o valor do sacramento da Ordem para que possa ser celebrada a Missa, que deve haver Confissão dos pecados para poder receber Jesus eucarístico, que a Eucaristia deve gerar em nós uma contínua exigência de conversão. Desfaz as confusões ecumênicas sobre o assunto, pois "o caminho para a plena união só pode ser construído na verdade" (EE 44). Novamente vai lamentar os abusos litúrgicos, especialmente em relação à música, e termina oferecendo-nos Maria, mulher eucarística, "o primeiro sacrário da história" (EE 55).
Minha admiração por esse documento e o que escrevi aqui não revelam 1% do que ele é. Todo católico deveria ler, meditar e ter esse documento como livro de cabeceira. Ele é curto, mas um tesouro! Quer conhecer a santa Missa a fundo mesmo e abraçar a fé dos santos? Comece por aqui e vá para os ensinamentos doutrinários sobre a Missa que estão no Concílio de Trento. A santa Missa é o tesouro escondido que poucos católicos encontraram.
Assim começa a carta encíclica de (são) João Paulo II "Ecclesia de Eucharistia", de 2003. Uma encíclica surpreendente pelo teor doutrinário sobre a santa Missa, e de maneira bem tradicional. Em tempos ainda de super euforia com o Concílio Vaticano II, com ecumenismo exagerado, anarquias litúrgicas, excessos e tudo mais, vem o Papa João Paulo II e traz verdades dolorosas a quem tinha esperanças de que a Igreja mudasse seu ensinamento sobre a santa Missa.
"A Igreja vive de Jesus eucarístico, por ele é nutrida, por ele é iluminada" (EE 6).
O surpreendente na encíclica é o Papa valorizar algo que estava, pelos progressistas, ultrapassado e esquecido: o Concílio de Trento. "Como não admirar as exposições doutrinais dos decretos sobre a Santíssima Eucaristia e sobre o Santo Sacrifício da Missa promulgados pelo Concílio de Trento? Aquelas páginas guiaram a teologia e a catequese nos séculos sucessivos, PERMANECENDO AINDA como ponto de referência dogmático para a incessante renovação e crescimento do povo de Deus na sua fé e amor à Eucaristia" (EE 9).
João Paulo II elogia a reforma litúrgica e diz que trouxe grandes vantagens, mas..."a par destas luzes, não faltam sombras, infelizmente". Então fala de alguns abusos litúrgicos, principalmente o desprovir a Santa Missa de seu valor sacrificial: "despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa" (EE 10). Obviamente a Santa Missa é muito mais que isso. Obviamente nessa época já haviam muitos e muitos mais abusos litúrgicos pelo mundo.
Colocando o Concílio de Trento como referência dogmática, o Capítulo primeiro da encíclica já afirma que a Santa Missa "é o sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos" (EE 11). Em tempos de ouvir que a Missa era uma "festa", um "banquete", uma "refeição", etc, reafirmar o Concílio de Trento e o valor da Missa como sacrifício já foi pisar no freio progressista e dar uma meia-volta surpreendente. "A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor" (EE 12). Como isso estava começando a ser esquecido nas paróquias!
Não uma lembrança do sacrifício da cruz ou uma referência indireta a esse sacrifício. "A Eucaristia é sacrifício em sentido próprio, e não apenas em sentido genérico como se se tratasse da oferta de Cristo aos fiéis para seu alimento espiritual" (EE 13), ou seja, Jesus nos deixou a si mesmo nesse admirável sacramento não apenas para ser nosso alimento espiritual, mas para que pudéssemos participar de seu sacrifício. Ao afirmar a presença REAL do Senhor na Eucaristia, diz que "reafirma-se assim a DOUTRINA SEMPRE VÁLIDA do Concílio de Trento" (EE 15), outra citação de um Concílio considerado "ultrapassado".
"O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de uma valor inestimável na vida da Igreja, e está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico." (EE 25) João Paulo II é genial ao comparar a adoração eucarística com o inclinar do apóstolo predileto sobre o peito de Jesus (cf. João 13,25).
Há riquezas incríveis nessa encíclica, onde o Papa reafirma o valor da Missa celebrada mesmo que não tenha povo, o valor do sacramento da Ordem para que possa ser celebrada a Missa, que deve haver Confissão dos pecados para poder receber Jesus eucarístico, que a Eucaristia deve gerar em nós uma contínua exigência de conversão. Desfaz as confusões ecumênicas sobre o assunto, pois "o caminho para a plena união só pode ser construído na verdade" (EE 44). Novamente vai lamentar os abusos litúrgicos, especialmente em relação à música, e termina oferecendo-nos Maria, mulher eucarística, "o primeiro sacrário da história" (EE 55).
Minha admiração por esse documento e o que escrevi aqui não revelam 1% do que ele é. Todo católico deveria ler, meditar e ter esse documento como livro de cabeceira. Ele é curto, mas um tesouro! Quer conhecer a santa Missa a fundo mesmo e abraçar a fé dos santos? Comece por aqui e vá para os ensinamentos doutrinários sobre a Missa que estão no Concílio de Trento. A santa Missa é o tesouro escondido que poucos católicos encontraram.
domingo, 25 de novembro de 2018
ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO NO FRATRES
Coincidentemente o site do FRATRES IN UNUM trouxe o mesmo tema que coloquei no último texto, sobre a "Abominação da desolação", que pode ser conferido aqui: https://fratresinunum.com/2018/11/24/coluna-do-padre-elcio-a-abominacao-da-desolacao-no-lugar-santo/
Porém, o padre Élcio não entra exatamente nessa polêmica.
Só quem se arrisca numa interpretação sobre a "Abominação da desolação" são pentecostais protestantes alienados (que vão atacar a Igreja Católica), católicos tradicionalistas radicais e sedevacantistas (que vão atacar a Reforma Litúrgica de 1969, do Papa Paulo VI).
Então: VAMOS COM CALMA!
Porém, o padre Élcio não entra exatamente nessa polêmica.
Só quem se arrisca numa interpretação sobre a "Abominação da desolação" são pentecostais protestantes alienados (que vão atacar a Igreja Católica), católicos tradicionalistas radicais e sedevacantistas (que vão atacar a Reforma Litúrgica de 1969, do Papa Paulo VI).
Então: VAMOS COM CALMA!
terça-feira, 20 de novembro de 2018
A ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO
*por Wilson Junior
“Quando virdes
estabelecida no lugar santo a abominação da desolação
que foi predita pelo profeta Daniel (9,27) – o leitor entenda bem*
-, então os habitantes da Judéia fujam para as montanhas. Aquele
que está no terraço da casa não desça para tomar o que está em
sua casa. E aquele que está no campo não volte para buscar suas
vestimentas. Ai das mulheres que estiveram grávidas ou amamentando
naqueles dias! Rogai para que vossa fuga não seja no inverno, nem em
dia de sábado; porque então a tribulação será tão grande
como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem
jamais será. Se aqueles dias não fossem abreviados, criatura
alguma escaparia; mas por causa dos escolhidos, aqueles dias serão
abreviados.”
Estas palavras que
estão descritas em Mateus 24, 15-22, ditas pelo próprio Jesus, são
de tirar o fôlego em relação ao final dos tempos. A “abominação
da desolação”, segundo a nota da Bílblia da editora Ave-Maria,
diz o seguinte: “esta expressão deve designar os estandartes
romanos que os exércitos de Tito implantaram no Templo de Jerusalém.
Os versículos 15-21 dizem respeito às circunstâncias que
acompanharam a ruína de Jerusalém”. Ou seja, por essa nota, Jesus
estaria citando algo que já acontecera, mas que se repetiria de
maneira bem mais intensa. Na Bíblia de Jerusalém, a nota
explicativa diz que “ao que parece, Daniel designava com essa
expressão um altar pagão que Antíoco Epífanes ergueu no Templo
de Jerusalém em 168 a.C. (cf. 1Mc 1,54). A aplicação
evangélica realizou-se quando a Cidade santa e o seu Templo foram
atacados e depois ocupados pelos exércitos gentílicos de Roma (cf.
Lc 21,20)”.
Vamos às outras
palavras citadas, primeiro em Macabeus: “No dia quinze do mês de
Casleu, do ano cento e quarenta e cinco, edificaram a abominaçao
da desolação por sobre o altar e construíram altares em todas
as cidades circunvizinhas de Judá” (1 Mac 1,54). Neste trecho a
nota da Bíblia da Ave-Maria diz o seguinte: “A abominação da
desolação: expressão tirada de Daniel 12,11. Tratava-se de um
pequeno altar construído por sobre o altar dos holocaustos e
destinado ao culto idólatra”. Neste trecho a nota da Bíblia
de Jerusalém é bem mais específica: “A abominação da desolação
(Dn 9,27 e 11,31), era o altar de Baal-Shamem ou Zeus Olímpico,
erigido sobre o grande altar dos holocaustos”. Em Daniel 12,11
(citado pela nota da Bíblia da Ave-Maria) diz assim: “Desde o
tempo em que for suprimido o holocausto perpétuo e quando for
estabelecida a abominação do devastador, transcorrerão mil
duzentos e noventa dias”, onde a nota vai dizer: “É difícil
decidir se essas indicações têm realmente duplo alcance: um,
referente aos tempos macabeus; outro, simbólico, referente ao ‘fim
dos tempos’”. Com todo o respeito à interpretação da nota, não
parece tão difícil ver que há um “duplo alcance” sim, ou mais,
um triplo alcance. Primeiro em relação aos tempos macabeus, segundo
em relação à ruína de Jerusalém e outra relativa ao final dos
tempos. Jesus, em Mt 24, fala de uma tribulação tão grande como
nunca foi vista desde o começo do mundo e jamais será. A
destruição que os romanos impuseram à Jerusalém no ano 70 d.C.
foi grande, mas longe de ser a pior de todos os tempos. Ou Jesus se
enganou? Obviamente que não!
Outra palavra
citada foi Lucas 21,20: “Quando virdes que Jerusalém foi sitiada
por exércitos, então sabereis que está próxima a sua ruína”. É
a mesma palavra de Mateus, mas não fala em “abominação da
desolação”. Esta expressão, já citada em Daniel e Macabeus,
seria bem compreendida pelos leitores de são Mateus, que escreveu
para judeus convertidos, mas não seria bem entendida pelos leitores
de são Lucas, que escreveu para pagãos convertidos.
Faltaria a mim
compreender melhor o contexto da passagem em Macabeus e Daniel, além
de buscar historicamente como foi a destruição de Jerusalém no ano
70 d.C. Só depois disso e de procurar no Magistério dos Papas o que
pode ser para nós essa expressão “Abominação da desolação”
(embora eu acho que não há nada específico sobre isso no
Magistério) é que poderia ser feita uma tentativa de interpretação.
Tenho impressão que ir fundo nesse tema não trará coisas muito
agradáveis, e que poderão amedrontar aqueles que não querem sair
da acomodação, da sua zona de conforto. Quem tem medo da Verdade?
Eu creio que a Verdade é Jesus Cristo! Ele, meu Senhor, dê-me o
tempo, humildade e a disposição necessária para prosseguir nesse estudo!
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
CRÍTICAS AO CHAMADO "PROJETO ÂNCORA"
Deparei-me com um trabalho da faculdade nesse período onde teria que fazer uma análise sobre o "Projeto Âncora", que conheci através do youtube: https://www.youtube.com/watch?v=kE6MlnwML8Y. Não o vi com bons olhos e fiz minha análise, já esperando aquela nota baixa, embora acredite que meu trabalho está bem argumentado e com referências. O fato de ser discordante por si já me deixou esperando receber uma nota baixa. Para minha surpresa total, minha nota foi 10, e gostaria de partilhar aqui o texto avaliado.
ESCOLAS
INOVADORAS: PROJETO ÂNCORA
por Wilson Junior
por Wilson Junior
O
projeto ÂNCORA iniciou-se (em 1995) como um reforço escolar numa
ONG, em Cotia-SP, mas cresceu e hoje existe como uma escola (a partir
de 2012), apresentando uma maneira diferente de educar as crianças e
levá-las ao aprendizado.
A
criança é educada num ambiente diferente, não em salas de aula com
quadros de onde precisaria copiar coisas, mas em contato com a
natureza, priorizando as suas escolhas pessoais de interesse de
aprendizado, mesclando com atividades esportivas e/ou de recreamento,
respeitando o tempo que cada uma delas leva para assimilar o
conhecimento que está sendo passado. Há, inclusive, um circo no
meio da ONG (da escola) e diversas atividades são realizadas por lá.
Os professores incentivam ao máximo a liberdade e a capacidade do
aluno, priorizando a cidadania, e não tanto o conhecimento
cognoscível.
É
como uma mescla entre as ideias de Piaget e Vygotski, com maior
ênfase no segundo, num sócio-construtivismo, interagindo o aluno
com o social e estimulando o aprendizado fora do ambiente tradicional
de sala de aula. No projeto Âncora não há séries, mas sim etapas
de aprendizado, que não necessariamente tem a ver com a idade, algo
como Vygotski idealizou, e o projeto tem crescido e despertado o
interesse Brasil afora.
Problemas?
Pesquisei na internet e não encontrei críticas ao estilo de escola
adotado, mas de imediato lembrei-me de uma frase de Olavo de
Carvalho: “Um mundo que confia seu futuro ao discernimento dos
jovens é um mundo velho e cansado, que já não tem futuro algum”
(artigo “O imbecil juvenil”, Jornal da Tarde, SP, 03/04/98).
Parece que essa é uma tendência em todos os níveis hoje em dia, a
de deixar o jovem guiar o futuro (e não orientá-lo para tal). Assim
vemos, por exemplo, músicas que dizem “Eu sou assim...quem quiser
gostar de mim, eu sou assim” (comercial da Natura) ou outdoors
apresentando um curso de inglês onde uma criança emburrada diz que
“se não for pra aprender do meu jeito, eu não quero”. O
resultado disso só pode ser adultos que serão como crianças
mimadas, incapazes de lidar com as pressões que a vida vai oferecer
sem pena. O jovem ou a criança, que nem mesmo conhecem a si mesmos,
se colocam como os protagonistas da sua própria formação,
absurdamente. Olavo de Carvalho, no mesmo artigo acima citado,
comenta: “Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia
dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre
na vanguarda de todos os erros e perversidades do século: nazismo,
fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São
sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior”.
Talvez Olavo tenha exagerado ou seja pessimista demais, mas quando
vemos as mudanças que ocorreram na educação brasileira e o lugar
em que nos encontramos, precisamos ter humildade (como nos pede
Leandro Karnal num dos vídeos propostos para estudo) de voltar o
olhar para trás, para ver onde nos desviamos, e não seguir em
frente, mesmo não vendo resultados significativos. A educação
brasileira está sempre tirando os últimos lugares nos testes
internacionais, e mesmo assim transformou-se Paulo Freire, por
exemplo, no Patrono da Educação.
No
vídeo sobre o projeto Ãncora, há uma hora em que chegam a dizer
que o conhecimento cognoscível não é o importante ali, e isso me
lembra o que outro autor escreveu em “Maquiavel Pedagogo”
(editora Ecclesiae, 2013). Neste livro, o autor (Pascal Bernardin) se
aprofunda nos textos oficiais de órgãos como a ONU, a UNESCO, entre
outros, e denuncia que “os ensinos formal e intelectual são
negligenciados em proveito de um ensino não cognitivo e
multidimensional, privilegiando o social” e que, para isso,
esses órgãos se utilizam de “técnicas de manipulação
psicológica e de lavagem cerebral”. É por isso que, para esse
autor, o nível escolar seguir decaindo (no caso ele analisa a
situação nos EUA) não é surpresa, mas consequencia das escolas
adotarem modelos não intelectuais, mas adotarem como missão a
formação social dos alunos. A acusação do autor é grave, mas se
baseia em documentos, o que nos leva a temer o futuro onde escolas
como o modelo do projeto Âncora nos levarão. Para não se estender
demais, citarei apenas um documento, o “A modificação das
atitudes” (1964, Paris, UNESCO), que diz: “os objetivos visados
só serão atingidos quando a nova série de valores aparecer ao
indivíduo como algo que ele tenha escolhido livremente”, ou seja,
a UNESCO está incentivando o uso de técnicas de manipulação das
massas para que eu e você pensemos que tomamos a decisão, mas
sequer temos conhecimento de que escolhemos aquilo que eles já
tinham escolhidos por nós. E nossa liberdade, onde fica?
O
projeto Âncora, assim, parece-me uma experiência que está sendo
realizada, seguindo as diretrizes educacionais de órgãos
internacionais do Ocidente, para criar pessoas dóceis ao seus
líderes, e de certa forma foi isso o que Dr. Povalyaev, chefe do
setor de sociologia da Bielorrússia, em 1989, na UNESCO, declarou:
“Um dos paradoxos da sociedade moderna é o de que ela não tem
necessidade de um grande número de pessoas instruídas. A
seleção se opera por meio do que se chama ‘elite social’, que
realiza o trabalho intelectual necessário. Aos demais compete ou
a execução das decisões ou o exercício de cargos subalternos”.
É para isso que estamos sendo educados, para sermos dóceis às
mudanças que já foram decididas, sem levar em conta nossa liberdade
ou capacidade, porque para a UNESCO nosso papel será o de preencher
‘cargos subalternos’, sempre governados pela ‘elite social’,
algo parecido com o que já foi denunciado também na literatura,
como em “Admirável mundo novo” (de Aldous Huxley) e “1984”
(George Orwell).
A
educação brasileira (e ocidental em geral) tem sofrida déficits há
décadas e assim continuará, enquanto estiver seguindo essa agenda
internacional da ONU, que privilegia apenas a eles mesmos, em
detrimento de nossa capacidade e liberdade. O modelo tradicional de
aprendizado tinha seus defeitos? Claro que sim, todos os modelos de
ensino terão problemas, e assim devem ser atualizados, mas nunca em
detrimento do conhecimento cognoscível. Seguir esse modelo do
projeto Âncora é aceitar sermos experiências de laboratório para
esses órgãos, que sequer respeitam nossa liberdade, que sequer nos
respeitam como sujeitos pensantes, mas que visam que nos calemos e
apenas façamos o que eles acham que é o melhor para o mundo. E
ainda nos manipulam para que tenhamos a ilusão de achar que nós é
que escolhemos isso. Conhecer suas técnicas e seus objetivos, e
denunciá-los, é necessário. Voltar ao ensinamento tradicional,
privilegiando o conhecimento, também. As questões sociais devem ser
tratadas, claro, mas no momento certo, não em detrimento do ensino,
mas em acréscimo a ele. As mudanças que aconteceram nas famílias
(como Ivan Capelatto cita em um dos vídeos, também proposto para
este estudo) têm que ser levadas em conta, deve-se sim procurar
conhecer a raiz dos problemas e das mudanças, mas deixar de
privilegiar o ensino cognoscível apenas nos fará sermos sempre
manipulados.
sábado, 17 de novembro de 2018
A CANONIZAÇÃO DO CONCÍLIO VATICANO II
Este texto é, originalmente, de 22 de janeiro de 2018, bem anterior à canonização do Papa Paulo VI. Texto de Wilson V. M. Junior.
Já
fazem mais de 50 anos do encerramento do maior acontecimento
religioso do século XX (talvez apenas as aparições de Nossa
Senhora em Fátima, Portugal, em 1917, tenha sido tão ou mais
importante). Desde que o Papa João XXIII (hoje canonizado) o
convocou, tendo seu início em 1962, encerramento em 1965 (já com o
Papa Paulo VI, hoje beatificado) e como consequencia direta uma
reforma litúrgica (em 1969) desastrosa, para dizer o mínimo, a
Igreja vem celebrando como um acontecimento fenomenal, um divisor de
águas, um novo tempo, uma atualização da Igreja perante as
mudanças que ocorreram no mundo.
Poucas vozes se levantaram contra
o Concílio ou contra a reforma litúrgica. Afinal de contas, sempre
há os insatisfeitos com tudo. Ao final do Concílio Vaticano I
também houve aqueles que não concordaram com as decisões
conciliares e até mesmo se afastaram. Ficaram conhecidos como os
“Velhos Católicos”. Estes protestaram principalmente contra a
decisão de proclamar como dogma a “infalibilidade papal”. As
críticas dos “Velhos Católicos” foram perdendo força com o
tempo e, hoje em dia, não há mais qualquer resquício destes, que
acabaram absorvidos pelo Protestantismo. No caso do Concílio
Vaticano II a coisa ficou um pouco mais complicada. Nas poucas vozes
que se levantaram de imediato contra o Concílio, haviam cardeais
(como o Ottaviani), o bispo francês Marcel Lefebvre e até um
brasileiro, dom Antonio de Castro Mayer, bispo de Campos-RJ.
Normalmente sempre há aqueles que não conseguem ser tão abertos a
mudanças, mas estes críticos do Concílio Vaticano II (em especial
dom Lefebvre e dom Castro Mayer), além de gritarem que o Concílio
havia tomado decisões que contrariavam os ensinamentos anteriores da
Igreja, negavam-se a celebrar a Missa no novo rito romano, oriundo da
Reforma Litúrgica, e mantinham-se celebrando a Missa no rito
tridentino, anterior à essa Reforma de 1969.
Embora o rito Tridentino (hoje o
rito extraordinário da santa Missa) nunca tenha sido proibido na
teoria, na prática o Papa Paulo VI teve inúmeros atritos com d.
Lefebvre por conta disso, sem conseguir êxito com o bispo francês.
Este manteve suas posições firmes diante de sua Fraternidade São
Pio X e com o apoio dos que ficaram conhecidos como “os padres de
Campos” (com a liderança de d. Castro Mayer), até que em 1988
foram excomungados pelo Papa João Paulo II (hoje canonizado). Bem
antes disso, o Papa Paulo VI fez um reconhecimento público de que os
“frutos” do Concílio Vaticano II não estavam sendo o que ele
esperava, a ponto de dizer que parecia que, por alguma brecha, “a
fumaça de Satanás” havia penetrado na Igreja. Paulo VI não
estava satisfeito com a “primavera” cinzenta que o Concílio fez
surgir. Esse discurso, no entanto, só foi levado em conta por
sedevacantistas (esqueci de mencionar estes) e os tradicionalistas
como d. Lefebvre e d. Castro. O Papa Paulo VI passou, veio João
Paulo I, mas este não teve tempo de fazer nada: em 33 dias estava
morto. Em 1978 assume o papado o polonês Karol Woytila, João paulo
II, que segue a linha entusiasta do Concílio Vaticano II,
principalmente no Ecumenismo. Nem o atentado à sua vida que sofre em
1981 freia seu ânimo ecumênico, que ele chega a escrever num
documento oficial (a “Ut Unum Sint”) que é um caminho
irreversível para a Igreja Católica (o Ecumenismo, entenda-se).
Este documento foi escrito em 1987 e, no ano seguinte, os atritos com
a Fraternidade Sacerdotal São Pio X de d. Marcel Lefebvre chegaram
ao seu clímax. Cansado de esperar autorização de Roma para ordenar
novos bispos para a Fraternidade, d. Lefebvre (com o apoio sempre de
d. Castro Mayer) ordena quatro novos bispos sem a autorização do
Papa, que se enfurece com isso e excomunga os dois bispos envolvidos
e os quatro novos ordenados.
Abro um parágrafo rápido para
citar os sedevacantistas. Estes, após o Concílio Vaticano II, não
só não o reconheceram como um Concílio legítimo como também
passaram a não reconhecer nenhum Papa posterior a Pio XII.
Declaravam que a Sé estava vacante, ou seja, sem Papa reinante (daí
o nome com que ficaram conhecidos). Chegaram ao absurdo de até mesmo
proclamar um novo Papa (Pio XIII) mas este mesmo não levou essa
insanidade até o fim, mudando de nome e perdendo-se completamente.
Os sedevacantistas ainda existem e não são tão poucos assim, mas
sem nenhuma força em Roma. A Fraternidade Sacerdotal São Pio X
(FSSPX) não estava em comunhão com o Papa João Paulo II (não
esteve com Bento XVI e continua não estando com o Papa Francisco),
mas têm suas influências em Roma, mesmo após a morte de d.
Lefebvre. O Superior da FSSPX agora é d. Bernard Fellay (um dos
bispos que foram ordenados em 1988 e excomungado por João Paulo II).
Alguma coisa, porém, acontece
com João Paulo II. O Papa que, em 1986, convocou o “encontro de
Assis” com a presença de vários líderes de religiões mundiais,
unidos em Assis (na Itália) para rezarem juntos pela paz, onde
aconteceram coisas absurdas como uma estátua de Buda ser colocada
sobre o sacrário para que os budistas fizessem seu ritual, como
retirarem todas as imagens de Nossa Senhora para não desagradar aos
visitantes, ou como galinhas serem sacrificadas no altar de santa
Clara por uma religião tribal africana, este mesmo Papa parece
seguir um novo rumo em seu pontificado. Em preparação ao jubileu do
ano 2000, o Papa declara que os 3 anos anteriores ao jubileu serão
oferecidos à Trindade Santa. Assim, 1997 será o ano de Jesus, 1998
o ano do Espírito Santo e 1999 o ano consagrado a Deus Pai. E, para
surpresa de todos, no ano 2000 a FSSPX faz uma peregrinação ao
Vaticano (por ocasião do jubileu) e, mesmo excomungados, reconhecem
a autoridade do Papa João Paulo II. Teria sido o jubileu do ano 2000
e essa peregrinação da FSSPX que mexeram com o Papa? Teria sido
influência da irmã Lucia de Fátima e seus apelos insistentes para
que fosse ouvida a mensagem de Fátima? Seria influência de um tal
Joseph Ratzinger, bispo que o Papa João Paulo II tornou prefeito da
Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé e que tinha fama de ser
bem ortodoxo? Teria sido seus atritos com a chamada Teologia da
Libertação, de forte teor marxista, aqui na América Latina?
O
fato é que, ainda no ano 2000, o Cardeal Joseph Ratzinger lança a
“Dominus Iesus”, com a aprovação de João Paulo II, que dá uma
freada inesperada no Ecumenismo, onde declara, entre outras coisas
polêmicas, que as comunidades que não apresentam ordenações
sacerdotais válidas e nem uma Eucaristia válida sequer podem ser
consideradas “igrejas”, pois apenas possuem elementos de igreja
(é a exclusão de todo o Protestantismo; apenas as Igrejas Ortodoxas
seriam, por essa declaração, consideradas ‘Igrejas’).
Curiosamente é o mesmo ano em que, no Brasil, a Campanha da
Fraternidade apresenta uma novidade: ela é feita em conjunto com as
“igrejas” que fazem parte do CONIC, ou seja, pela primeira vez
uma CF ecumênica. A CNBB não deu a mínima à “Dominus Iesus”,
que foi muitíssimo criticada.
Em
2003 o Papa João Paulo II surpreende novamente ao lançar a
“Ecclesia de Eucharistia”, onde declara que o Concílio (já
estamos quase entrando no tema do artigo) Vaticano II trouxe luz, mas
também apareceram sombras. E afirma a santa Missa como a renovação
do sacrifício da cruz, lembrando inclusive que a referência
dogmática da santa Missa é o Concílio de Trento, e não o Vaticano
II. Seguem-se uma série de tentativas de salvar a liturgia do caos
que se tornou após a Reforma Liturgica, com abusos inacreditáveis
ao redor do mundo (chegou-se a fazer a “Consagração” com
biscoito e coca-cola, ao invés do pão e vinho; ‘missas’ festa,
tango, gaúcha, afro, e por aí afora abundam pelo mundo).
Bento XVI continua a linha do
Papa João Paulo II em sua nova fase, e dá passos inacreditáveis em
direção aos tradicionalistas, retira as excomunhões de d.
Lefebvre, d. Castro Mayer e os 4 bispos ordenados por eles
(declarando que essas excomunhões eram nulas desde o início, por
não terem a intenção de um cisma), permite que estudiosos façam
críticas ao Concílio Vaticano II, reabilita com a “Summorum
Pontificum” a celebração da santa Missa no rito tridentino como
uma forma extraordinária do mesmo rito romano, incentivando os
sacerdotes a conhecerem mais este rito. Esta guinada tem seu trágico
final quando o Papa Bento XVI anuncia sua renúncia, surpreendendo a
todos.
É
com o Papa Francisco que chego onde estou tentando chegar desde o
início deste artigo. Um novo rumo se dá com Francisco. Na tentativa
de blindar o Concílio Vaticano II das críticas cada vez maiores
dentro da própria Igreja (e não mais apenas fora, de grupos
sedevacantistas, ou meio/fora como os tradicionalistas), o Papa
decide canonizar João XXIII (que convocou o Concílio e o iniciou) e
João Paulo II (que levou o Ecumenismo às raias do absurdo, mesmo
tendo recuado depois). É a inacreditável beatificação do Papa
Paulo VI, porém, que me leva a entender que seu objetivo parece não
ser exatamente canonizar João XXIII, João Paulo II ou Paulo VI. O
Concílio Vaticano II é cercado de circunstâncias tão estranhas
(como o acordo Roma-Moscou, a infiltração maçônica na Igreja,
entre outras coisas) que somente uma atitude extrema poderia pôr fim
às discussões sobre ele. Como criticar um Concílio convocado por
um santo (João XXIII)? Como criticar o Ecumenismo do Concílio
Vaticano II, se foi amplamente incentivado por um santo (João Paulo
II)? Como criticar a Reforma Litúrgica, se foi iniciativa de um
beato (Paulo VI)? A intenção parece clara para mim: calar os
críticos de maneira a torná-los até mesmo ridículos. Assim, João
XXIII é santo, Paulo VI é beato, João Paulo I é venerável
(também está em processo de beatificação), João Paulo II é
santo, e não tenho dúvidas que talvez Bento XVI (o Papa que teve a
coragem de renunciar) e Francisco (o Papa humilde) terão também
seus processos, após morrerem. Vivemos quase os tempos apostólicos!
Já o Papa anterior ao Concílio (Pio XII) também está em processo
de beatificação.
O
Papa não tem autoridade para canonizar quem ele quiser? Entraria no
dogma da “infalibilidade” as canonizações e beatificações?
Essas perguntas ficam difíceis na medida em que nos deparamos com a
realidade. Se, no caso de João Paulo II, há algumas críticas (em
relação ao Ecumenismo e outras coisas), e no caso de João XXIII há
em dobro críticas, em relação à sua proximidade com membros da
Maçonaria (sem contar o acordo Roma-Moscou e seu Ecumenismo também),
no caso do Papa Paulo VI é que o caldo engrossa de vez. Paulo VI,
além de muitas críticas que se poderia fazer, tem razoáveis
denúncias de ter sido homossexual, e praticante, e inclusive
enquanto Papa! Leve-se em conta a ‘coincidência’ absurda de ter
sido beatificado durante um sínodo das famílias que tratava, entre
outros assuntos, de homossexualismo. E após esse sínodo veio o
documento “Amoris Laetitiae”, que alguns interpretaram de maneira
a até mesmo criar uma nova pastoral, a da Diversidade, para acolher
os irmãos homossexuais e inserí-los nas comunidades paroquiais.
Quando for canonizado (alguém duvida?) e, se for confirmado que ele
foi mesmo homossexual (será que há uma investigação séria da
parte do Vaticano quanto a isso?), já não será mais um Papa que
caiu em tentação, mas um precursor de uma nova era na Igreja (um
homossexual santo!).
São João Paulo II mudou seu
pontificado. O Papa Francisco pode também mudar. Talvez sejam tudo
grandes coincidências. Talvez eu e muitos outros estejamos cegos,
ávidos em criticar o Papa, guiados por uma soberba tremenda,
queremos ser mais católicos que a Igreja, mais santos que os santos,
queremos saber mais que os Papas! Deus nos humilhe, para nosso
próprio bem, se assim for. Hoje parece-me, no entanto, que
algo não vai bem no Vaticano, e que somente com muita oração
conseguir-se-á reverter esse quadro. Espero, de coração, que haja
quem esteja investigando (da parte do Vaticano) essas acusações e
críticas tão sérias feitas a João XXIII e Paulo VI,
especialmente. Espero que ocorram debates com a coragem de criticar o
Concílio Vaticano II e a Reforma Litúrgica de Paulo VI, pois são
evidentes vários de seus maus frutos (sejamos justos em dizer que o
Concílio e a Reforma também tiveram seus acertos, obviamente).
Nenhum destes Papas tiveram a coragem de consagrar a Rússia ao
Imaculado Coração de Maria, como foi pedido em Fátima. Nem o mais
mariano dos Papas do século XX: João Paulo II! Segundo um
estigmatizado italiano, Antonio Rufini, ao ser perguntado se João
Paulo II seria o Papa que consagraria a Rússia, ele teria dito que
não. “Nem ele nem seu sucessor, mas o que virá após esse”, ou
seja, o Papa Francisco! Que mudança extraordinária acontecerá para
que o Papa Francisco mude totalmente sua linha de pontificado e até
mesmo reveja um assunto considerado encerrado pelo Vaticano (a
consagração da Rússia)? Não sabemos...mas o que sabemos é que
Deus está no controle de sua Igreja (nunca deixou de estar) e que
Ele põe um limite ao mal. A consagração será feita quando estiver
acontecendo uma guerra, segundo os místicos do século XX. Oremos
pelo Papa Francisco, pela Igreja, pela conversão dos pecadores. Se
ainda não entendemos muito do que está acontecendo, podemos crer
que o triunfo do Imaculado Coração de Maria acontecerá, da maneira
e no tempo que Deus estabeleceu. Confiemos! Oremos! Louvado seja o
nome do Senhor Jesus!
Assinar:
Postagens (Atom)